Brasil abre 13 mil vagas em março, pior resultado em 15 anos
No acumulado do trimestre, mercado formal registrou a contratação líquida de 344.984 trabalhadores
A comemoração do Carnaval em março acabou levando o Brasil a registrar a menor abertura de empregos formais para o mês em 15 anos, com destaque para os setores de comércio, agricultura e na construção civil.
O país teve abertura de 13.117 vagas formais de trabalho em março, muito abaixo do esperado, segundo o Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgado pelo Ministério do Trabalho nesta quinta-feira.
Pesquisa da Reuters feita com analistas de mercado mostrou que a mediana das expectativas era de abertura de 68 mil vagas no período. Em fevereiro, haviam sido criados 260,8 mil postos com carteira assinada, sem ajuste.
No mês passado, o comércio registrou demissão líquida (contratações menos dispensa) de 26.251 trabalhadores, enquanto a agricultura dispensou outros 5.314 trabalhadores e a construção civil fechou 2.231 vagas. Na outra ponta, os setores da indústria da transformação e de serviços mostraram contratações líquidas, de 5.484 e 37.453 no mês passado.
No acumulado do primeiro trimestre deste ano, o mercado formal de trabalho registrou a contratação líquida de 344.984 trabalhadores, nos dados com ajustes. Sem exibir grande número de contratações como nos anos anteriores, o mercado de trabalho ainda se mantém como uma das âncoras do governo da presidente Dilma Rousseff, mas com a economia fraca começa a dar sinais de esgotamento.
Mesmo com o resultado ruim de março, o governo ainda mantém a estimativa de que serão criadas 1,5 milhão de vagas formais neste ano. "Em abril e maio devem começar as contratações com a Copa do Mundo. Está mantida nossa projeção (para o ano)", afirmou o ministro do Trabalho, Manuel Dias, acrescentando que a previsão é de que, com o torneio, serão criadas 175 mil vagas temporárias.
Em outro indicador do mercado de trabalho, o IBGE divulgou mais cedo que a taxa de desemprego de março recuou a 5% em março, influenciada por menor número de pessoas em busca de emprego. No período, o rendimento médio da população caiu 0,3% sobre fevereiro, atingindo R$ 2.026,60.