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'Brasil é um país complicado', diz executivo da Shein sobre impostos, logística e regulamentação

Para Marcelo Claure, presidente do conselho consultivo da empresa, vencer desafios no País torna mais fácil obter sucesso em qualquer outro mercado do mundo

20 out 2023 - 18h15
(atualizado às 18h42)
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Para Claure, situação geopolítica entre a China e os Estados Unidos tem forçado companhias a repensar cadeia de suprimentos, o que beneficiaria a América Latina
Para Claure, situação geopolítica entre a China e os Estados Unidos tem forçado companhias a repensar cadeia de suprimentos, o que beneficiaria a América Latina
Foto: Taba Benedicto/Estadão / Estadão

NOVA YORK - O investidor e presidente do conselho consultivo da Shein para a América Latina, Marcelo Claure, afirmou que o Brasil é um país complicado em termos de estruturas tributária, logística e regulatória. No entanto, segundo ele, vencidos esses desafios, é mais fácil exportar negócios para outros mercados do mundo, a exemplo de empresas como o Nubank e Gympass.

"Se você conseguir ter sucesso no Brasil, que é um país complicado, do ponto de vista tributário, do ponto de vista logístico, do ponto de vista regulatório, você terá sucesso em qualquer outro mercado que você for", disse nesta sexta-feira, 20, ao falar em evento do Council of the Americas.

No caso da Shein, ele afirmou que desafios de importação de produtos no Brasil fez com que a empresa testasse um modelo local. Até então, o foco da companhia era produzir apenas na China. Atualmente, o Brasil é o segundo país do mundo onde a Shein fabrica localmente.

"O Brasil, tradicionalmente, tem sido uma economia difícil em termos de importação de produtos", avaliou.

Claure lembrou que a Shein tem o compromisso de ter 2 mil parceiros de manufatura no Brasil em um prazo de três anos. Em apenas quatro meses, a companhia já abriu mais de 330 fábricas e soma hoje mais de 45 milhões de clientes que baixaram o seu aplicativo no Brasil. A empresa opera em 150 países.

América Latina

O investidor afirmou ainda que está "muito otimista" com a América Latina, considerando as macrotendências locais. Dentre elas, citou a questão da transição ecológica e o fato de a região possuir maioria dos recursos ou possivelmente minerais críticos que abastecerão a nação no futuro: lítio, cobre e níquel.

Claure também disse que a atual situação geopolítica entre a China e os Estados Unidos tem forçado muitas companhias a repensar sua cadeia de suprimentos, o que beneficiaria a América Latina.

"Acredito firmemente que a América Latina é uma das poucas regiões onde as oportunidades, em muitos casos, são maiores que o capital", disse o investidor, acrescentando que o sonho latino começou há alguns anos.

O bilionário boliviano Claure foi o responsável por levar o fundo japonês Softbank para a América Latina. Na semana passada, ele anunciou a compra de uma "fatia significativa" na eB Capital, gestora em investimentos alternativos que tem entre os sócios o ex-presidente da Petrobras Pedro Parente e Luciana Ribeiro, com R$ 5 bilhões sob gestão.

Estadão
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