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Brasil não vê prejuízos por impasse com navios do Irã, diz que EUA importam mais

24 jul 2019 - 18h44
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Ainda não há sinalização de qualquer prejuízo comercial ao Brasil decorrente de um impasse com navios do Irã que aguardam combustível perto de Paranaguá (PR) para prosseguir viagem, disse nesta quarta-feira o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Economia, Lucas Ferraz.

 REUTERS/João Andrade
REUTERS/João Andrade
Foto: Reuters

Segundo ele, o Irã é um parceiro comercial importante do Brasil, e ainda é cedo para especular sobre o impacto do impasse com os navios, para os quais a Petrobras se nega a fornecer combustível, uma vez que as embarcações estão sancionadas pelo governo dos Estados Unidos em função do programa nuclear iraniano.

Ao ser questionado sobre o assunto antes de reunião da Associação de Comércio Exterior do Brasil (AEB), ele disse que acredita em uma solução para o problema, e que a Petrobras tomou as decisões que achava pertinentes no caso.

Dois navios de bandeira iraniana que trouxeram ureia ao Brasil e pretendiam retornar ao Irã carregando milho brasileiro estão parados ao largo do porto de Paranaguá (PR) desde o início de junho, com dificuldades de obter combustível.

"Continuamos achando que não terá efeito sobre as exportações brasileiras, mas precisamos avaliar melhor a situação e ter acesso aos parâmetros do que está acontecendo para tomar encaminhamentos necessários", disse Ferraz a jornalistas.

Entretanto, o secretário também disse que é preciso avaliar todas as questões para não se descumprir uma sanção dos EUA por conta do programa nuclear iraniano. Ele disse ainda que os norte-americanos são parceiros comerciais mais importantes do Brasil do que o Irã.

"Os EUA também são um parceiro comercial brasileiro... é uma situação difícil. O Irã é importante, mas nossa corrente de comércio com EUA nem se compara... os EUA são o terceiro parceiro, e o Irã não deve estar nem entre os 15. Tem que botar na balança", comentou.

De qualquer forma, Ferraz disse esperar "uma situação conciliada" para o impasse, que está no Supremo Tribunal Federal, após a empresa que afretou os navios, a Eleva Química, ter recorrido à Justiça contra a negativa da Petrobras.

"O caminho é sempre a conciliação", disse o secretário de Comércio Exterior.

"O Irã é um grande consumidor de commodities do Brasil e é uma relação comercial importante, como todas as relações com diversos países, a gente quer tratar a situação da forma mais técnica possível", afirmou.

"A gente espera que o Irã continue sendo um parceiro importante nosso", adicionou.

O Irã é o maior importador de milho do Brasil e um dos principais compradores de soja.

O caso é isolado e não atinge exportações de milho para o Irã sendo realizadas por outras empresas com navios não sancionados.

De qualquer forma, os exportadores do milho afirmam que alimentos não estão dentro das sanções norte-americanas.

SITUAÇÃO DOS NAVIOS

Além do navio iraniano Bavand, que já carregou cerca de 50 mil toneladas de milho, em maio, no porto catarinense de Imbituba, o Termeh, que deveria chegar em meados de julho ao local para carregar 66 mil toneladas do cereal, também se encontra parado perto de Paranaguá.

Outros dois navios iranianos que vieram para o Brasil trazendo ureia e deveriam retornar ao país de origem com milho podem ficar parados por falta de combustível, com a Petrobras recusando-se a vender o produto.

Dados de navegação do sistema de rastreamento do Eikon, da Refinitiv, mostram que os navios MV Delruba e Ganj estão atualmente próximos ao porto de Imbituba (SC).

Não há informações claras se essas duas outras embarcações têm combustível suficiente para deixar o Brasil, como aconteceu com um quinto navio iraniano, o Daryabar, que conseguiu zarpar carregado com milho brasileiro.

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