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Brasil responderá por 50% do crescimento em energia renovável na América Latina em 10 anos, diz Enel

Para Francesco Starace, o País responderá por metade do crescimento do grupo em energia limpa na região; vantagem no contexto mundial é a extensão do território brasileiro

15 abr 2022 - 05h10
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O Brasil deve crescer em importância dentro do portfólio de geração renovável do grupo italiano Enel, afirmou na quinta-feira, 14, o presidente global da companhia, Francesco Starace, que aponta perspectiva de aceleração dos investimentos em projetos solares e eólicos no futuro. "Se você tirar uma foto hoje, o Brasil está subrepresentado; se tirar uma foto daqui a 10 anos, o Brasil será muito maior do que representa hoje", disse o executivo, durante evento promovido pelo grupo em São Paulo.

De acordo com o executivo, o Brasil já responde por cerca de 40% do crescimento do grupo em renováveis na América Latina, considerando o plano de negócios atualmente em andamento (2022-2024). No entanto, em 10 anos, a perspectiva é que o País responda por mais de 50% sozinho.

Segundo Starace, essa visão está relacionada ao fato de que alguns países chegarão em limites físicos que levarão a uma desaceleração do crescimento, enquanto no Brasil a perspectiva é de aceleração, dada a dimensão geográfica do País e a necessidade crescente de energia, devido ao crescimento demográfico e da economia brasileira. "Não muitos países têm essas duas condições", disse. "Crescimento demográfico significa crescimento agora e crescimento pelos próximos 25 anos."

Nos próximos três anos, o plano da companhia é adicionar 3 mil MW no País. "É bem mais do que fizemos no passado, mas vai ser muito mais nos três anos à frente, porque a aceleração está em curso, e não se surpreenda porque o potencial é enorme, o País é super rico: tem muito vento, muito espaço e muita radiação solar", disse Starace.

Atualmente, por meio da Enel Green Power Brasil, seu braço de geração renovável, o grupo opera no País mais de 4,7 GW renováveis, sendo 2,1 GW eólicos, 1,2 GW solares e 1,3 GW de fonte hídrica, além de um térmica a de ciclo combinado (gás e vapor) com 326,6 MW de capacidade instalada, no estado do Ceará.

Redes

Além dos investimentos em renováveis, a Enel também planeja investir em suas redes de distribuição no País, de olho na tendência de eletrificação da economia, que exigirá reforçar e digitalizar os sistemas. "As redes sempre foram consideradas, no nosso setor, o negócio menos interessante, não tão sexy, não realmente inteligente, o que é uma pena porque a eletricidade vai descarbonizar a economia, e como a eletricidade chega às pessoas? Pelas redes. Então as redes se tornam super importantes para garantir que isso acontece de maneira segura e confiável", justificou.

Segundo Starace, o consumo de energia em São Paulo - uma das localidades atendidas pela empresa - é um dos maiores do mundo, mas ainda é pouco se comparado ao que será no futuro, com a conversão da frota de veículos para veículos elétricos, por exemplo. "Temos que investir muito mais do que imaginamos dez anos atrás", disse.

Além de operar a distribuidora que atende na região metropolitana de São Paulo, a Enel possui outras três distribuidoras, nos estados do Rio de Janeiro, Ceará e Goiás, atendendo um total de aproximadamente 18 milhões de clientes.

Em seu mais recente plano de investimentos divulgado, em novembro do ano passado, a Enel informou a previsão de investir cerca de 5 bilhões de euros no País até 2024. O País responde sozinho por cerca de 50% dos investimentos da companhia na América Latina previstos para os próximos três anos, mas a tendência é que passe a responder por fatias crescentes, chegando a 60% ou 70% no futuro, disse Starace.

Estadão
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