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Aumentar consumo é desafio para criadores de búfalos no País

18 jun 2013 - 07h37
(atualizado às 07h37)
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Búfalos se adaptam a variadas condições e, em muitos casos, apresentam produtividade maior do que os bovinos. Por isso, o rebanho nacional cresce a largos passos, mas ainda esbarra em entraves de organização das cadeias comercial e produtiva.

De acordo com a última Pesquisa de Produção Pecuária Municipal, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a bubalinocultura chegou a quase 1,8 milhão de cabeças no País em 2011, um aumento de 7,8% em relação ao ano anterior. No mesmo período, o gado bovino atingiu a marca de 212,8 milhões de cabeças, com crescimento de 1,6%. 

Segundo Rogério Rocha Loures, vice-presidente de Assuntos Institucionais da Associação Brasileira dos Criadores de Búfalos, o mercado apresenta dificuldades decorrentes da baixa escala de produção, quando comparada à dos bovinos, e da produção pulverizada, que dificulta a logística de sua comercialização.

Produção

Loures diz que toda a produção é absorvida pelo mercado interno, especialmente por regiões onde há melhor organização da cadeia, como no Rio Grande do Sul - boa parte da produção gaúcha é coordenada por uma cooperativa local. Ele também destaca iniciativas de empresas privadas em capitais, como São Paulo, Belo Horizonte e Florianópolis, além de regiões tradicionais de criação da espécie, como a Norte.

O leite de búfala é quase que totalmente destinado ao processamento industrial. O derivado mais tradicional é a mussarela, mas também são fabricados queijos tipo minas, frescal ou curado, manteiga, requeijão, doce de leite, provolone, provola e burrata, além de produtos regionais, como o queijo marajoara, o coalho e, mais recentemente, o tradicional queijo da Serra da Canastra.

Já a carne de búfalos é sensoriamente indistinguível da bovina de boa qualidade, indica Loures. Apesar de ter cerca de 20 vezes menos gordura, por sua precocidade e características peculiares, ela se mostra macia, sem comprometer o sabor. Outros destaques do produto são os menores teores de gorduras saturadas e de colesterol, além da maior presença de proteínas, minerais e vitaminas.

Criação

Como características de criação, segundo Loures, os bubalinos apresentam grande capacidade de adaptação aos mais diferentes ambientes, inclusive aqueles com baixa adequação aos bovinos, como terrenos alagados.

“São animais rústicos e bem adaptados ao ambiente tropical, necessitando de certo conforto  térmico por sua cor escura e baixa quantidade de glândulas sudoríparas, o que pode ser obtido com sombreamento ou áreas para imersão”, recomenda.

A elevada longevidade reprodutiva e produtiva acarreta menor necessidade de reposição, gera maior resistência a doenças e menor mortalidade. Os animais são precoces, têm rápido ganho de peso e podem atingir a idade de abate, a pasto, entre 18 e 24 meses, quando criados exclusivamente para corte.

Quanto à produção de leite, Loures diz que há elevado teor de sólidos, o que representa um rendimento industrial entre 50% a 80% superior ao do leite bovino. A fêmea produz cerca de dois mil litros de leite por lactação - animais selecionados já ultrapassaram cinco mil litros, com 7% a 8% de gordura e 4,2% a 4,5% de proteínas.

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