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Embrapa quer criar vacina eficaz contra carrapatos

13 mai 2013 - 07h14
(atualizado às 07h14)
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<p>Embrapa trabalha com Estados Unidos e Austrália para solução de antígenos contra carrapatos. Na foto, pesquisador do Departamento de Agricultura dos EUA</p>
Embrapa trabalha com Estados Unidos e Austrália para solução de antígenos contra carrapatos. Na foto, pesquisador do Departamento de Agricultura dos EUA
Foto: USDA

Parasitas provocaram perdas de R$ 36 bilhões à pecuária brasileira no ano passado. Esse dado, revelado no último mês, no Simpósio Internacional sobre Controle de Carrapato e Doenças Transmitidas, em Campo Grande (MS), acendeu alerta entre os produtores. Com o intuito de evitar esse prejuízo, o foco deve mudar do tratamento para a prevenção do problema, segundo a Embrapa, que trabalha para a criação de uma vacina eficaz contra carrapatos.

Conforme a Embrapa Gado de Corte, a forma mais comum do combate aos carrapatos no gado é a aplicação de carrapaticidas. Só que os produtores nem sempre aplicam o produto certo, do jeito correto e no período adequado. Esses três fatores determinam o resultado do tratamento. Em caso de aplicação inadequada, a resistência dos carrapatos aumenta, tornando o processo ainda mais difícil.

O tema tem recebido maior atenção dos pesquisadores. Existem mais de 900 espécies de carrapatos no mundo. A espécie Rhipicephalus (Boophilus) microplus, o carrapato-do-boi, é a mais comum no Brasil.

Perdas

No simpósio, o professor de parasitologia da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro Laerte Crisi apresentou dados que indicam crescimento exponencial dos prejuízos causados pelos parasitas à pecuária brasileira. Em 1986, esse prejuízo era de US$ 2,98 bilhões. Somando os casos de ecto e endoparasitas, o prejuízo ultrapassou os US$ 18 bilhões em 2012. Esse valor soma as perdas de produção de carne e leite.

Segundo a pesquisa, as verminoses sozinhas são responsáveis por prejuízos de US$ 6,34 bilhões no Brasil. São seguidas pela mosca-dos-chifres e a mosca-dos-estábulos, as quais, juntas, representam perdas de mais de US$ 3 bilhões por ano.

Estratégia

Para o professor Romário Cerqueira Leite, da Universidade Federal de Minas Gerais, que também integrou a pesquisa, os dados mostram claramente que o controle químico não é eficiente para combater os parasitas. Segundo o pesquisador, a estratégia deve ser ampliada. “Não dá para confiar mais no produto 100% eficaz. Isso não existe. Precisamos mudar nossa prática. Temos que ter em mente que os parasitas vão exigir cada vez mais de nós. É necessário, por isso, que mudemos o rumo do trabalho que estamos fazendo no campo”, alertou.

Como estratégia brasileira de combate, o pesquisador da Embrapa Gado de Corte Renato Andreotti informou ao Terra que a instituição trabalha em conjunto com órgãos americanos e australianos para o desenvolvimento de uma vacina eficaz contra carrapatos. “Temos que investir pesado em pesquisa para ter novas soluções. Outra estratégia é aumentar a oferta de antígenos. Ainda temos antígenos com efeito parcial”, afirmou Andreotti.

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