Expocafé apresenta novas cultivares resistentes à ferrugem
A edição 2013 da Expocafé, em Três Pontas (MG), confirmou a importância do evento para o setor cafeeiro, com público de 20 mil pessoas e R$ 260 milhões em negócios. Em seu 16º ano, a iniciativa apresentou novidades em equipamentos e reafirmou seu papel como difusora de tecnologias. A feira também teve, como destaque, a apresentação das novas variedades de café desenvolvidas pela Empresa de Pesquisa Agropecuária de Minas Gerais (Epamig), que priorizam aspectos como vigor e tolerância à seca.
Ao todo, a movimentação financeira em transações geradas e prospectadas superou em 30% a edição anterior. “A feira foi um sucesso", afirma o presidente da Epamig, Marcelo Lana Franco. "O produtor está cada vez mais mecanizando a lavoura, e esse é um indicativo sócio-econômico importante. Como a saca do café está com preço bem abaixo do desejável, o produtor encontra aqui novidades que reduzem custo”.
Franco ressaltou ainda a relevância da feira para a cafeicultura nacional e elencou as sete novas cultivares de café apresentadas, que buscam aumentar a produtividade do cultivo: Paraíso MG 419-1, Oeiras MG 6851, MGS Travessia, Topázio MG 1190 e Catiguá MG1, MG2 e MG3. Uma delas já será registrada em 2014 e disponibilizada ao produtor rural.
Conforme o coordenador técnico da Expocafé e pesquisador da Epamig Sul de Minas, César Elias Botelho, o programa de melhoramento visa ao aumento de produtividade, à resistência a pragas e doenças, à qualidade da bebida e à busca de respostas para a mecanização. “Um dos desafios da pesquisa é buscar cultivares resistentes à ferrugem e que tenham uniformidade na maturação do grão para que o produtor obtenha bom resultado na colheita”, afirma. A ferrugem alaranjada do cafeeiro constitui-se de uma doença do café, com surtos epidêmicos que provocam graves prejuízos às lavouras.
Evento
Passaram pelo evento, entre 11 e 14 de junho, cerca de 20 mil pessoas, que conferiram produtos e serviços de 140 empresas expositoras. Entre máquinas, equipamentos, insumos e implementos, foram mais de mil itens expostos em uma área de 10.000 m². Conforme dados da Epamig, que organiza a feira, os expositores em 2013 vieram de São Paulo (50%), Minas Gerais (35%), Região Sul (10%) e também de outros estados (5%).
Segundo a pesquisadora e coordenadora do Núcleo de Transferência e Difusão de Tecnologia da Epamig, Vanda Cornélio, a Expocafé é tradicionalmente marcada pela disponibilização de soluções tecnológicas e para a expansão das divisas comerciais, o que ocorre com a geração de negócios e parcerias interinstitucionais, além da potencialização do trabalho dos pequenos, médios e grandes produtores de café.
Além da feira, também ocorreu o 4º Simpósio de Mecanização da Lavoura Cafeeira, palestras e atendimento ao produtor e dinâmicas de máquinas. Em 18 estações de campo, foi possível saber mais sobre colhedoras, derriçadeiras, sopradoras e tratores.
Mercado
Minas Gerais é responsável por quase 25% da produção mundial de café, com um milhão de hectares de área plantada em mais de 600 municípios. Para 2013, a previsão é de colher 25 milhões de sacas no estado - mais da metade da produção brasileira. Conforme a Epamig, o café é o principal produto de exportação do Brasil, que responde por 37% da produção e por 28% das exportações mundiais do produto.
Em 2012, as exportações mineiras do produto alcançaram US$ 3,8 bilhões. Neste ano, de janeiro a abril, já foi contabilizado US$ 1,1 bilhão. No período, os principais compradores do café mineiro foram a Alemanha (21,3%), os Estados Unidos (18,8%), o Japão (11,9%), a Itália (9,6%) e a Bélgica (9,2%).