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Holding familiar é alternativa para empresas rurais

9 mai 2013 - 09h59
(atualizado às 09h59)
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Holding familiar é um elo do empresário e sua família com seu grupo patrimonial
Holding familiar é um elo do empresário e sua família com seu grupo patrimonial
Foto: Shutterstock

As relações de trabalho e o gerenciamento das organizações estão cada vez mais complexos. Em empresas agrícolas, a maioria das sociedades são de ordem familiar. Nesse caso, o fator emocional que une a família pode provocar atritos no âmbito do trabalho, tanto na gestão do negócio quanto na divisão de tarefas.

O aumento da competitividade e o crescimento vigoroso do setor nos últimos anos podem levar as empresas familiares rurais a repensar sua gestão, mesmo aquelas bem sucedidas até então. À medida que os negócios crescem, aumenta também a necessidade de encontrar soluções adequadas para os conflitos diários.

O que é uma holding

Uma das alternativas para essa gestão é a holding familiar. Com ela, a organização pode ser simplificada através de um elo formal do empresário e sua família com seu grupo patrimonial. Por meio desse elo, são estabelecidas as estratégias da empresa, as relações com outros negócios e as formas de controle para alcançar mais eficiência.

Vantagens

Gustavo de Lima Lemos, diretor da consultoria Safras & Cifras e mestre em Agronegócios pela Universidade de Belgrano de Buenos Aires, explicou ao Terra que a despersonalização das decisões nas empresas rurais é a principal vantagem de uma holding familiar.

“Através dessas (novas) pessoas jurídicas, as famílias têm conseguido colocar regras que antes não eram implementadas ou até mesmo, se implementadas, caíam na informalidade. Ou seja, o regramento fica estabelecido nos diversos documentos que sustentam essa nova relação societária. As decisões deixam de ser personalizadas e passam a ser da empresa, as quais todos os membros da família precisam respeitar”, analisou Lemos.

Laços familiares

Além do fator emocional nas empresas familiares, há outros problemas enfrentados pelos getores de propriedades rurais. Lemos destaca que, no setor primário, algumas coisas são praticamente indivisíveis. “Em uma mesma propriedade rural, tem partes que têm água, outras não. Parte da terra tem pedra, não é apta. Há áreas de preservação permanente, matas nativas... Como se divide um galpão de ordenha entre quatro filhos? Ou um galpão de aves? Essas são características especificas que devem ser consideradas junto com todos os demais aspectos”, exemplifica.

Diagnóstico

Por isso, antes de pensar em uma holding, é necessário um diagnóstico acurado do funcionamento da empresa. A análise deve permear aspectos produtivos, financeiros, fiscais, tributários e fundiários. Nesse processo, detecta-se a participação de filhos, cônjuges e parentes nas atividades da propriedade rural: funções, atividades, remunerações, inclinações.

Depois desse passo, pode-se começar a transição da gerência da pessoa física para a pessoa jurídica. Com uma boa administração, a instituição de uma pessoa jurídica em uma holding pode conduzir o negócio harmonicamente através das futuras gerações.

Para Lemos, o processo de sucessão familiar nos últimos anos deixou de ser assunto proibido para se tornar “vital” para o aumento da vantagem competitiva. Assim, com ou sem uma holding, profissionalizar a empresa familiar é o único caminho possível. 

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