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Iniciativa brasileira busca criar semente resistente à seca

31 mai 2013 - 07h11
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Intenção do projeto é mitigar perdas agrícolas provocadas pela seca
Intenção do projeto é mitigar perdas agrícolas provocadas pela seca
Foto: Universidade Estadual de Campinas

A seca de 2012 dos Estados Unidos gerou perdas de 40 milhões de toneladas de milho – o equivalente a quase uma safra brasileira do cereal. As perdas afetaram drasticamente a agroindústria do País e de outras nações, que enfrentaram uma enorme alta nos preços do milho, base da alimentação de muitos animais. Mas uma iniciativa brasileira pretende combater o problema da estiagem e, em cinco anos, apresentar uma alternativa aos produtores.

Frequente no Nordeste brasileiro, a seca afeta todas as regiões do País. Trata-se da maior responsável pelas perdas na agricultura nacional. Por isso, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) firmou uma parceria com a Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) em dezembro de 2012 para desenvolver, em cinco anos, sementes que sejam resistentes à estiagem sem perdas de produtividade. O projeto é chamado de Umip GenClima – Unidade Mista de Pesquisa em Genômica Aplicada a Mudanças Climáticas.

“A seca é o maior fator de perdas agrícolas no Brasil e no mundo. A parceria vem em um momento muito importante, quando a população continua crescendo, mas há cada vez maior restrição de áreas de produção. Vamos desenvolver variedades que ao menos mitiguem o declínio da produção”, explica Paulo Arruda, coordenador da Umip GenClima, em entrevista ao Terra.

Financiamento

De acordo com Arruda, 10 pesquisadores da Embrapa já foram transferidos para a Unicamp. Atualmente, as estratégias para possibilitar o desenvolvimento das variedades ainda estão sendo formadas. Enquanto isso, um dos desafios atuais é a busca por agências de fomento nacionais e internacionais para o financiamento do programa. 

Parceria

Além do resultado final, a busca pela semente resistente ainda ajudará na formação acadêmica de alunos da graduação e da pós-graduação da universidade campineira, que poderão participar das pesquisas. O laboratório do projeto, com 4 mil metros quadrados, pretende abrigar especialistas de diversas áreas científicas.

“A parceria é a união da expertise em várias áreas da Unicamp, como a biologia molecular, com a expertise da Embrapa em sementes. A intenção é usar todo esse conhecimento em genoma e esses pesquisadores bem preparados para amenizar perdas na produção. Vamos também conscientizar para uma produção com uso de menos recursos”, afirma Arruda.

A Umip GenClima possui um conselho gestor responsável por estabelecer as estratégias de curto, médio e longo prazo. O conselho é formado pelos pesquisadores Elibio Rech Filho e Márcio Elias Ferreira, da Embrapa Recursos Genéticos e Biotecnologia (Brasília, DF), Eduardo Delgado Assad e Michel Eduardo Beleza Yamagishi, da Embrapa Informática Agropecuária (Campinas, SP).

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