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Plantas medicinais têm potencial inexplorado no Brasil

31 mai 2013 - 07h08
(atualizado às 07h08)
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O Brasil sequer possui dados oficiais sobre o tamanho do mercado nacional de plantas medicinais, apesar de ser apontado muitas vezes como a nação com a maior biodiversidade do planeta. Apenas uma droga é desenvolvida no País a partir de plantas medicinais (o antiinflamatório Acheflan), enquanto a França, a Alemanha e o Japão possuem uma indústria bem desenvolvida no setor.

No cenário internacional, a tendência é de crescimento. Estimativas apontam que o mercado mundial de suplementos de ervas deve chegar a US$ 107 bilhões em 2017 (aproximadamente R$ 215 bilhões), segundo análise da consultoria Global Industry Analysts. Em 2011, as receitas chegaram a US$ 5,3 bilhões (aproximadamente R$ 10,6 bilhões) somente nos Estados Unidos.

No Brasil, no entanto, o setor gera divisas mais modestas: a Associação Brasileira de Empresas de Fitoterápicos estima um mercado interno de R$ 700 milhões a R$ 1 bilhão. De acordo com os registros da Agência Nacional de Vigilância Sanitária, há um total de 421 fármacos fitoterápicos no mercado brasileiro. Desses, apenas dez foram produzidos a partir de plantas nativas do País, sendo que 420 não foram desenvolvidos aqui.

Foz do Iguaçu

O governo brasileiro possui um programa que incentiva a produção de plantas medicinais em Foz do Iguaçu, na divisa com o Paraguai. O Projeto Plantas Medicinais foi concebido como forma de incentivar novas atividades econômicas que reduzam o desemprego na região.

O projeto é parte de um programa maior, chamado Cultivando Água Boa, da Usina Binacional de Itaipu. Criado em 2003, presta assistência técnica a pequenos agricultores do Oeste do Paraná com fins de conservação dos recursos naturais, focado na qualidade das águas e na qualidade de vida dos produtores locais.

Pesquisa

Para implementar o projeto de plantas medicinais, uma equipe do programa realizou pesquisa na região. O estudo visava a entender quais as doenças mais comuns e quais os fitoterápicos que precisavam ser trabalhados para tratar essas enfermidades.

Em 2005, então, a Itaipu criou um ervanário, com uma estrutura para secagem e produção de fitoterápicos. Ali é feita a coleta, limpeza, beneficiamento e controle de qualidade, além da montagem de um kit com 18 tipos de plantas medicinais, que servem para o tratamento das 10 doenças mais comuns da região.

Modelo viável

“Incentivamos um modelo de produção viável e que tem funcionado. Ajuda a quem produz e a toda a comunidade. A intenção agora é só aumentar’’, explica Altevir Zardinello, coordenador do Projeto Plantas Medicinais de Itaipu.

Dezoito postos de saúde do SUS e três hospitais da região de Foz do Iguaçu utilizam os tratamentos a base de 25 ervas medicinais, principalmente a espinheira santa, guaco e alcachofra. A comercialização deve ser feita a laboratórios  da região. Parte da produção também é utilizada pelos próprios agricultores e em merendas escolares.

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