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Brasil será emergente de risco, prevê JPMorgan

Banco chama atenção para 'ventos contrários do exterior', que podem tornar as reformas prometidas por Jair Bolsonaro mais urgentes

22 nov 2018 - 04h11
(atualizado às 09h23)
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Relatório do banco JPMorgan alerta que o Brasil pode ser em 2019 o mercado emergente de maior risco por causa da dinâmica fiscal, ultrapassando a Argentina e a Turquia, os dois mercados mais afetados este ano pela mudança de humor dos investidores internacionais. O JP elevou a previsão para o dólar em 2019, de R$ 3,80 para R$ 4,10, e chama atenção para "ventos contrários do exterior", que podem tornar as reformas prometidas por Jair Bolsonaro (PSL), como a da Previdência, ainda mais urgentes.

"O Brasil será classificado como um dos países mais arriscados no próximo ano em nossas previsões macro", ressalta relatório divulgado na quarta-feira, 21, e que recebeu o título: Novo capítulo, velhos problemas. O banco americano lançou recentemente um ranking dos emergentes mais arriscados. Em 2018, o Brasil era o terceiro da lista, atrás da Argentina e Turquia. Mas as projeções de 2019 para a economia brasileira apontam aumento do risco, ultrapassando o dos dois países.

Por enquanto, o banco avalia que Bolsonaro tem dado sinalizações positivas e os investidores reagiram bem aos resultados das urnas. "Os sinais de política econômica do próximo governo têm sido mais pró-mercados do que o esperado", aponta o JP, prevendo que há "boa chance" de presidente eleito aprovar uma "modesta" reforma da Previdência em 2019. O cenário global, porém, será ainda mais desafiador e vai exigir urgência dessas medidas, alerta o relatório, destacando que o Federal Reserve (Fed, o banco central dosEUA) deve seguir elevando os juros e a tensão comercial entre China e EUA vai prosseguir, ambos contribuindo para pressionar o real.

"A paciência do mercado para a consolidação fiscal provavelmente terá limites." Por isso, sem uma ajuste fiscal que melhore as deterioradas contas públicas, o JP projeta fuga de recursos externos e pressão no câmbio./ALTAMIRO SILVA JUNIOR e VICTOR REZENDE

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