Brasileiros emitiram 137,6 milhões de cheques em 2024; saiba por que esse meio de pagamento resiste
Resistência de alguns clientes com os meios digitais é apontada pela Febraban como uma das razões para a sobrevida dos cheques, que em conjunto somaram R$ 523,19 bi em 2024
Mesmo em um cotidiano dominado por meios de pagamento digitais como o Pix, a utilização do cheque ainda resiste no Brasil. Em 2024, os brasileiros emitiram 137,6 milhões de cheques, uma queda de 18,4% em relação ao ano anterior, conforme levantamento da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) divulgado nesta quinta-feira, 23.
Comparado a 30 anos atrás, no início da série histórica, o volume é 95,87% menor. Em 1995, foram compensados 3,3 bilhões de cheques.
O estudo tem como base o Serviço de Compensação de Cheques (Compe). Em valor, os cheques no ano passado somaram R$ 523,19 bilhões, queda de 14,2% ante 2023.
Quem ainda usa cheque
"Apesar da crescente digitalização do cliente bancário, o cheque ainda é bastante usado no Brasil. São diversos motivos que ainda fazem este documento de pagamento sobreviver: resistência de alguns clientes com os meios digitais, uso em comércios que não querem oferecer outros meios de pagamento, utilização como caução para uma compra, como opção em localidades com problemas de internet, entre outros", pondera Walter Faria, diretor-adjunto de Serviços da Febraban.
Além disso, complementa o diretor, os dados mostram que o valor médio do cheque é mais alto, o que significa que a população está usando este meio de pagamento para transações de maior valor, enquanto as transações menores e do dia a dia são feitas com o Pix. No ano passado, o tíquete médio do documento foi de R$ 3.800,87 ante R$ 3.617,60 de 2023.