Brasileiros tiram R$ 33,6 bi da poupança em janeiro, valor recorde
Saques ultrapassaram a saída de R$ 19,66 bilhões do mesmo mês de 2022, que, até então, era o pior resultado para o mês da história
A caderneta de poupança começou 2023 com um recorde negativo: a maior retirada da série histórica do Banco Central (BC), iniciada em 1995, em um contexto de juros elevados, enfraquecimento da economia e inflação alta. Os saques ultrapassaram os depósitos em R$ 33,63 bilhões em janeiro, maior do que a saída de R$ 19,66 bilhões do mesmo mês de 2022, que, até então, era o pior resultado para o mês da história.
Dentre todos os meses, o saldo de janeiro deste ano também supera o saque registrado em agosto de 2022, de R$ 22,016 bilhões, antigo recorde negativo. O resultado do primeiro mês de 2023 se compara, inclusive, ao ano fechado de 2021, o quarto mais negativo da história, quando houve saída de R$ 35,49 bilhões.
Em dezembro, houve entrada líquida de R$ 6,25 bilhões, mas o resultado do ano passado foi o pior da história para a poupança, com saída de R$ 103,237 bilhões, quase o dobro do saque registrado em todo ano de 2015 (-R$ 53,56 bilhões), recorde negativo anterior.
Em janeiro, foram colocados na poupança R$ 300,78 bilhões, enquanto R$ 334,41 bilhões foram retirados. Considerando o rendimento de R$ 7,32 bilhões, o saldo total da caderneta somou R$ 972,63 bilhões ante R$ 998,94 bilhões em dezembro.
Com a taxa Selic a 13,75% ao ano, a poupança é remunerada pela taxa referencial (TR), atualmente em 0,0828% ao mês (1,00% ao ano), mais uma taxa fixa de 0,5% ao mês (6,17% ao ano). Quando a Selic está abaixo de 8,5%, a atualização é feita com TR mais 70% da taxa básica de juros.