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BRF precisa recuperar credibilidade, diz Abilio Diniz

23 fev 2018 - 13h35
(atualizado às 17h41)
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A BRF precisa recuperar sua credibilidade junto a analistas do mercado, conseguindo transmitir com clareza números que possam dar previsibilidade aos seus resultados, disse nesta sexta-feira o presidente do conselho de administração, Abilio Diniz.

Logo da BRF em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, Brasil
27/07/2017
 REUTERS/Nacho Doce
Logo da BRF em Lucas do Rio Verde, no Mato Grosso, Brasil 27/07/2017 REUTERS/Nacho Doce
Foto: Reuters

Os comentários foram feitos após a maior exportadora mundial de carne de frango divulgar balanço do quarto trimestre que ficou abaixo até das expectativas da própria companhia, o que fazia as ações da empresa despencarem mais de 7 por cento nesta sexta-feira, enquanto o Ibovespa tinha ligeira queda.

"Nós também fomos surpreendidos pelos números", afirmou Diniz em teleconferência com analistas sobre o resultado do quarto trimestre da empresa, que apresentou prejuízo de 784 milhões de reais, acumulando no ano perda de 1,1 bilhão de reais, a maior parte atribuída por ele aos efeitos da operação Carne Fraca, da Polícia Federal.

"Temos que recuperar a credibilidade para a administração da companhia", disse Diniz. "O grande erro na gestão passada foi a administração de gente", afirmou.

Diniz acrescentou que após as mudanças na gestão da BRF no ano passado, que culminaram com a saída de Pedro Faria da presidência-executiva e entrada de José Aurélio Drummond Jr. no fim de 2017, vai deixar o "papel de protagonista" que adotou na companhia nos últimos 18 meses.

Após os resultados da BRF, que também mostraram um crescimento no endividamento e na relação dívida/Ebitda de 3,25 para 4,79 vezes, o JPMorgan cortou a recomendação para as ações para "neutra" e o preço-alvo de 50 para 34 reais.

Apesar de gostarem da nova administração e da estratégia de priorizar a sustentabilidade de longo prazo, os analistas do JPMorgan destacaram que a mudança operacional da empresa está baseada em um balanço altamente alavancado.

A expectativa de execução de uma estratégia de longo prazo foi um dos pontos citados por Drummond Jr. em seus comentários na teleconferência. O executivo afirmou que traçou um plano para a BRF obter economias de custos de "pelo menos" 300 milhões de reais por ano e o diretor financeiro, Lorival Nogueira Luz Júnior, afirmou que a empresa vai encerrar 2018 com alavancagem abaixo de três vezes e que vai alongar sua dívida de "forma substancial" este ano.

Drummond Jr. não deu detalhes sobre como a BRF vai conseguir atingir a redução de custo planejada, mas afirmou que a estratégia passa por obter mais retorno sobre investimentos já realizados, o que deve fazer o investimento de 2018 seguir abaixo de 2 bilhões de reais após 1,6 bilhão de reais aplicados em 2017.

Além disso, o executivo afirmou que BRF espera liberar por ano 500 milhões de reais em capital por meio de redução de capital de giro e redução de alavancagem.

A queda dos níveis de endividamento do grupo neste ano não se dará com vendas de ativos operacionais, disse o diretor financeiro da BRF, citando para cumprimento do objetivo uma esperada melhora no lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) da companhia em 2018.

"Parte sem dúvida da queda da alavancagem de 2018 virá com expansão do Ebitda...Tivemos uma geração de caixa neste último trimestre acima de 700 milhões de reais, o que nos dá confiança para 2018", disse Luz Júnior.

BRASIL, ONEFOODS

O presidente da BRF afirmou que a empresa pretende usar uma estratégia combinada de preços e redução de custos para conseguir elevar a participação em seu principal mercado, o Brasil, sem comprometer margem de lucro.

"A companhia não pode se esquivar de certos segmentos de mercado e temos que atuar com o que o mercado estiver mostrando", disse ele se referindo a linhas mais populares de produtos, que avançaram nos últimos trimestres na preferência dos consumidores impactados pela crise econômica.

Ele, porém, não fez referência à marca de alimentos processados Kidelli, lançada no início do ano e que vai usar sobras de produção das outras marcas da BRF.

O executivo comentou ainda que a BRF tem oportunidades de ter mais eficiência na gestão de sua área de compras, excluindo a de grãos que já está ajustada, e com implantação de tecnologias de automação.

Na divisão OneFoods, voltada ao público muçulmano, Drummond Jr. afirmou que os estoques iniciaram o ano em patamares normais, o que permitirá à BRF obter resultados melhores em 2018, após trabalhar com níveis elevados de inventários em 2017, o que deu ao compradores da empresa vantagens na definição de preços. "Fechamos o ano (2017) praticamente nas melhores posições de preços dos últimos trimestres", disse o presidente da BRF sobre a OneFoods.

Sobre exportações para a Europa, o presidente da BRF afirmou que a companhia tem atualmente apenas uma fábrica, Capinzal (SC), sem autorização para vendas a esse mercado.

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