BRF registra 1.138 casos de Covid-19 em trabalhadores de fábrica no Paraná
Uma única fábrica da BRF representou cerca de 29% dos casos de Covid-19 em frigoríficos do Paraná, segundo dados mais recentes de autoridades de saúde do Estado.
Os números mostram que a fábrica da BRF em Toledo teve 1.138casos confirmados de Covid-19 enquanto a instalação da companhia em Carambeí teve cinco. As autoridades de saúde do Paraná, que enviaram os dados a pedido da Reuters, confirmaram um total de3.979 casos de Covid-19 nos frigoríficos do Estado até 24 de julho.
"Embora a maioria das empresas tenha apresentado um plano de contingência para o enfrentamento do COVID-19, os casos continuam a crescer de forma bastante expressiva", disseram autoridades de saúde do Paraná, em comunicado.
Em resposta à Reuters, a BRF, maior exportadora de carne defrango do mundo, afirmou que "não há nenhum colaborador testado positivamente para Covid-19 trabalhando atualmente em suas unidades de Toledo e Carambeí".
A BRF realizou 11 mil testes de coronavírus apenas em Toledo e afirmou que é uma das empresas do setor que mais tem testado trabalhadores. A companhia afirmou que as fábricas em Carambeí e Toledo estão operando normalmente.
O primeiro trabalhador com teste confirmado para Covid-19 nosetor de frigoríficos do Paraná era contratado da GT Foods em Paranavaí, segundo os dados das autoridades de saúde do Estado. Houve 137 casos e cinco mortes por Covid-19 ligados à GT Foods, incluindo três funcionários. Não houve mortes em outros frigoríficos do Estado ligadas à doença, segundo os registros.
Adler Dourado, médico na GT Foods, confirmou as três mortese pelo menos uma outra vinculada à fábrica. Ele afirmou que a GT Foods emprega cerca de 2.250 pessoas em Paranavaí e ficou fechada por 14 dias para manutenção e testes, medida que ajudou a conter o surto.
A JBS, maior processadora de carne do mundo e que emprega 11 mil funcionários no Paraná, registrou pelo menos 88 casos em quatro fábricas no Estado, incluindo 57 infecções naunidade de Santo Inacio, segundo os dados das autoridades paranaenses. A companhia, que teve registros de surtos em fábricas em pelo menos cinco Estados do país, reafirmou que seus protocolos de saúde são robustos e seguem as regras federais de operação de frigoríficos durante a pandemia.