Caixa amplia pacote contra impacto do coronavírus apesar de desdém de Bolsonaro sobre doença
A Caixa Econômica Federal [CEF.UL] ampliou em 33 bilhões de reais volume de recursos dedicado à mitigar os efeitos da pandemia de Covid-19 na economia, em meio a comentários insistentes do presidente Jair Bolsonaro contra quarentenas impostas como medidas para frear a doença, que já matou 77 pessoas no país e infectou quase 3.000.
Ao lado de Bolsonaro em mais uma "live" do presidente no Facebook, o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, afirmou nesta quinta-feira que a Caixa elevou os recursos de apoio à economia para 111 bilhões de reais, que incluem crédito para capital de giro, compra de carteiras, financiamento para Santas Casas e empréstimos agrícolas.
Guimarães afirmou que a Caixa reduziu as taxas de juros do cheque especial e do cartão do crédito para 2,9% ao mês em ambos os casos.
"Posso afirmar uma coisa ao senhor e às pessoas, estamos analisando para reduzir mais ainda", disse o presidente da Caixa, ao comentar a medida para Bolsonaro, que criticou o fechamento de casas lotéricas operadas pela Caixa como medida para restringir a circulação de pessoas e a propagação do coronavírus.
Segundo o banco, a linha de capital de giro recebeu um acréscimo de 20 bilhões de reais, chegando a 60 bilhões. A compra de carteiras de crédito pelo banco recebeu um acréscimo de 10 bilhões e passou a 40 bilhões de reais.
O banco também ampliou a pausa no pagamento de parcelas de financiamento de 60 para 90 dias e Guimarães afirmou durante a live que "mais de 750 mil pessoas postergaram pagamento da casa própria" e que "se for necessário ampliaremos (a pausa no pagamento) para até 150 dias".