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Caixa custeou obras em mansão de Pedro Guimarães, diz jornal

Instituição pagou instalação de postes de luz em jardim de casa alugada pelo à época presidente do banco

5 jul 2022 - 17h23
(atualizado às 18h01)
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Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa
Pedro Guimarães, ex-presidente da Caixa
Foto: Poder360

A Caixa Econômica Federal pagou obras na mansão em que o Pedro Guimarães mora em Brasília (DF) quando ele ainda era presidente do banco. A informação foi divulgada pelo jornal 'Folha de São Paulo' nesta terça-feira, 5. Guimarães renunciou à presidência do banco dia 29 de junho após múltiplas acusações de assédio sexual contra ele virem à tona. 

Segundo a publicação, as obras foram feitas em julho de 2020 por funcionários de uma empresa que tem contratos com o banco para realização de serviços de manutenção nos prédios e agências da instituição, a EMIBM Engenharia. De acordo com relato de servidores da Caixa ao jornal, o custo das intervenções foi de aproximadamente R$ 50 mil.

O criminalista José Luis Oliveira Lima, advogado de Guimarães, confirmou a realização das obras e disse que elas foram autorizadas pelo setor de segurança após supostas ameaças recebidas pelo ex-presidente do banco. 

A Caixa também afirma que as obras estão relacionadas à segurança de Guimarães, então presidente do banco, e são previstas em normas internas.

À época diretora executiva de Logística e Segurança da Caixa, Simone Benevides de Pinho Lima, também reforçou que tudo aconteceu "dentro do trâmite legal" e por razões "de segurança". "Foi na época da ameaça do auxílio emergencial, dos falsários, que publicaram a ameaça na internet", disse ela ao veículo. 

No mesmo período, a Polícia Federal abriu um inquérito para investigar um ataque hacker ao presidente após o banco fortalecer as medidas de segurança para evitar golpes no pagamento do auxílio emergencial. Um suspeito foi preso.

A casa foi alugada por Guimarães após ele deixar um apartamento mantido pelo banco em um hotel de luxo em Brasília.

Um dos funcionários da empresa EMIBM Engenharia afirmou à Folha que, salvo engano, foram 11 postes instalados na mansão do ex-presidente. Mas, segundo funcionários da Caixa, antes de instalar os postes de luz, Guimarães já tinha tentando passar para o banco uma outra despesa envolvendo o imóvel, mas a instituição negou o pedido. 

Caixa e defesa de Guimarães

Em nota enviada para 'Folha de São Paulo', a Caixa afirma que disponibiliza "aparatos de segurança pessoal a empregados e dirigentes expostos a situação de risco". Segundo o banco, a decisão de dar ao funcionário esse benefício é feita "por meio de adequada avaliação do grau de criticidade envolvido e da compatibilidade do instrumental necessário à prevenção de incidentes".

O advogado José Luis Oliveira Lima, que representa Guimarães, disse que "a decisão de instalar postes de luz na casa ocupada por Pedro Guimarães foi tomada pelo setor de segurança da Caixa num período em que o executivo e sua família, incluindo seus filhos, estavam sofrendo ameaças". De acordo com ele, "o custeio dessa iniciativa seguiu todas as regras de governança previstas no estatuto da instituição".

Lima também disse que o ex-presidente pagou "com recursos próprios todas as despesas de locação da casa em Brasília, sem fazer uso de verbas da Caixa a título de auxílio moradia".

Já a EMIBM Engenharia disse ue não se manifestará sobre suas obras devido a cláusulas de confidencialidade do contrato.

Fonte: Redação Terra
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