Caixa deixa IPO do braço de cartões para 2020, vai desinvestir do Banco Pan
A Caixa Econômica Federal deixará para 2020 a listagem em bolsa de sua unidade de cartões, enquanto se concentra na abertura de capital da subsidiária de seguros e se prepara para desinvestir do Banco Pan.
"Não faz sentido levar duas operações desses portes ao mercado quase simultaneamente", disse o presidente-executivo da Caixa, Pedro Guimarães, a jornalistas durante apresentação dos resultados do segundo trimestre.
Inicialmente, a Caixa pretendia realizar a oferta inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) das duas unidades ainda neste ano, mas de acordo com Guimarães a adequação a normas de reguladores está tomando mais tempo do que o previsto.
Mais adiante, o banco estatal também deve listar na bolsa as unidades de loterias e de gestão de recursos.
Antes da listagem da Caixa Seguros, o banco estatal pretende concluir a formação de 11 joint ventures nos próximos dois meses, disse Guimarães. A Caixa também espera concluir em breve parceria na área de cartões. Entre outros objetivos, o banco quer habilitar lotéricas para aceitar compras pagas com cartões.
Guimarães indicou ainda que a Caixa venderá sua participação no Banco Pan por meio de uma oferta de ações. "A participação da Caixa no Banco Pan não é estratégica", afirmou ele, ressalvando não ter pressa para fazer o desinvestimento.
RESULTADO
A Caixa anunciou pela manhã que teve lucro líquido de 4,21 bilhões de reais no segundo trimestre, alta de 21,6% ante mesma etapa do ano passado.
O banco fechou junho com uma carteira de crédito de 682,45 bilhões de reais, queda de 1,9% em 12 meses, movimento pontuado pela redução dos empréstimos para empresas.
A provisão para perdas esperadas com calotes em abril e junho foi de 3,4 bilhões de reais, um aumento de 1,7% em 12 meses. O índice de inadimplência, medido pelo saldo de operações vencidas com mais de 90 dias, ficou em 2,46%, ante 2,5% na mesma etapa de 2018.