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Caixa nega "confisco" de R$ 719 mi de contas inativas; entenda

Segundo o banco, nenhum depositante de caderneta de poupança teve prejuízo e os clientes podem solicitar os valores devidamente corrigidos

11 jan 2014 - 15h46
(atualizado às 16h51)
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O presidente da Caixa, Jorge Hereda, em evento no ano passado. Banco nega "confisco" ilegal de valores em contas inativas
O presidente da Caixa, Jorge Hereda, em evento no ano passado. Banco nega "confisco" ilegal de valores em contas inativas
Foto: Agência Brasil

A Caixa Ecônomica Federal rebateu em nota a acusação feita pela revista IstoÉ desta semana de que teria “confiscado” R$ 719 milhões de contas irregulares, que teriam aumentado em R$ 420 milhões o lucro do banco em 2012. Segundo a instituição financeira, o encerramento de quase 500 mil cadastros com problemas no CPF ou CNPJ ocorreu de acordo com as regras financeiras e o valor que entrou como parte dos ganhos será ajustado em 2013, conforme determinação do Banco Central.

Ainda conforme a Caixa, nenhum depositante de caderneta de poupança teve prejuízo com o procedimento. Mesmo com o encerramento das contas, os clientes podem solicitar a retirada dos valores, devidamente corrigidos. “Até novembro de 2013, 6.483 titulares de contas que haviam sido encerradas por erros de cadastro procuraram a Caixa para reativar suas contas e ter acesso aos valores depositados. Todos foram prontamente atendidos”, afirmou a entidade.

A reportagem da revista é baseada em relatórios da Controladoria-Geral da União e do Banco Central. Em nota, o banco estatal afirma que ela “falta com a verdade”, “é leviana” e “irresponsável”. “(A Caixa) tomará todas as medidas judiciais para restabelecer a verdade dos fatos e responsabilização pelos eventuais danos causados à imagem da instituição”, diz o comunicado.

Entenda

A revista IstoÉ traz em sua edição desta semana a reportagem “O confisco secreto da Caixa”, que acusa o banco de encerrar 525.527 contas sem movimentação por até três anos, com valores entre R$ 100 e R$ 5 mil. Segundo relatório, o “confisco” somou R$ 719 milhões e foi considerado “potencial risco de imagem para todo o Sistema Financeiro Nacional”, conforme parecer do BC. O valor teria representado 12% do lucro de R$ 6,1 bilhões anunciado em 2012.

A Caixa confirma que realizou, entre 2005 e 2011, uma varredura em contas com irregularidades cadastrais, por meio de contato com os clientes, por correspondência ou telefone, cruzamento de informações e bloqueio da movimentação para levar o cliente a entrar em contato com a agência. Segundo o banco, foram regularizadas 346 mil contas, mas em 2012 outras 496.776 foram encerradas por irregularidades, e não porque estavam inativas, como afirma a revista.

O banco estatal explica que o valor total destas contas atingiu R$ 719 milhões e entrou para o balanço de 2012 como “credores diversos”, ampliando os ganhos em R$ 420 milhões, após tributação. “Esse procedimento, seguindo as melhores práticas contábeis, foi auditado e aprovado por auditorias independentes”, diz a instituição. No entanto, após análise do CGU, o BC determinou que a Caixa interrompesse a prática – os R$ 420 milhões serão “devolvidos” no balanço contábil do ano passado.

“A Caixa assegura que todas as ações que adotou tiveram como objetivo combater e inibir fraudes cadastrais, evitar danos à credibilidade da caderneta de poupança e cumprir a normatização estabelecida pelo Conselho Monetário Nacional, preservando os interesses dos depositantes, protegendo os recursos confiados à instituição e cumprindo os normativos legais pertinentes e a boa prática bancária”, indica a nota do banco.  

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Fonte: Terra
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