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Calote de empresas sobe com a greve

Com a queda nas vendas e na produção, 5,5 milhões de companhias deixaram de honrar pagamentos em dia em maio, diz Serasa Experian

28 jun 2018 - 04h03
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Após quatro meses de estabilidade, o número de empresas com pagamentos em atraso voltou a acelerar em maio, influenciado pela greve dos caminhoneiros que paralisou o País por mais de dez dias.

No mês passado, 5,5 milhões de companhias estavam na lista de inadimplentes, aponta a Serasa Experian, empresa especializada em informações financeiras. Esse é o maior número de empresas com pagamentos atrasados desde março de 2016, quando o levantamento começou a ser feito.

De janeiro a abril, 5,4 milhões de empresas mensalmente tinham dívidas em atraso. Em maio, mais 100 mil companhias engrossaram essa lista. Em comparação com o mesmo mês de 2017 houve um acréscimo de 400 mil empresas, um aumento de 7,8%.

As dívidas com pagamento atrasado também cresceram 4,3% na comparação anual e atingiram R$ 124,3 bilhões.

"A greve dos caminhoneiros impactou as cadeias de produção e as empresas pararam de produzir e vender", afirma o economista da Serasa Experian, Luiz Rabi. Sem girar os estoques, elas ficaram sem capital de giro para honrar os pagamentos das contas básicas e as dívidas com sistema financeiro e fornecedores.

Rabi explica que por esse levantamento não é possível saber qual é o período médio de atraso porque o critério de inadimplência é fixado pelo credor. Isto é, a Serasa Experian reúne numa mesma lista o CNPJ (Cadastro Nacional de Pessoa Jurídica) das empresas que deixaram de pagar as contas no prazo, seja com um dia de atraso ou mais de 30 dias, por exemplo.

Serviços.O levantamento mostra que o aumento da inadimplência foi puxado pelas empresas prestadoras de serviços. No mês passado, essas companhias responderam por quase a metade (48%) das empresas com pagamentos atrasados. Em maio do ano passado, as prestadoras de serviços representavam 46,7% do total de companhias inadimplentes.

Rabi argumenta que o prejuízo provocado pela greve se concentrou no setor de serviços porque ele reúne um número maior de pequenas e microempresas. Normalmente as pequenas e microempresas já enfrentam maior dificuldade de capital de giro e, com a greve, tiveram piora nesse quadro.

Para os próximos meses, a tendência para o calote das empresas não é de estabilização, segundo o economista. Ele argumenta que a situação financeira das companhias está muito ligada ao ritmo e crescimento do Produto Interno Bruto (PIB), que pode continuar desacelerando.

Estadão
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