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Câmbio faz parte da sua vida

Mesmo que você não saiba ou não perceba, a cotação do dólar influencia vários aspectos do cotidiano

12 dez 2023 - 14h30
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O mundo do câmbio, que envolve a cotação do dólar e de outras moedas, pode parecer muito complexo para as pessoas que não acompanham o assunto tão de perto. Há uma relação direta entre esse tema e o nosso cotidiano, no entanto - incluindo até o preço que pagamos pelas mercadorias no supermercado. Para falar sobre câmbio de forma descomplicada, o Estadão Blue Studio produziu um vodcast com o economista-chefe do Banco Master, Paulo Gala. Num bate-papo descontraído e muito informativo, a jornalista Michelle Trombelli tirou todas as dúvidas. Leia abaixo um resumo da conversa e acesse a íntegra da entrevista aqui:

Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, durante o vodcast que descomplicou o tema do câmbio
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, durante o vodcast que descomplicou o tema do câmbio
Foto: Divulgação / Estadão

Por que o dólar é a moeda-referência do planeta?

Assim como uma economia nacional precisa de uma moeda para funcionar, o planeta também precisa. Hoje, 90% das operações globais são feitas em dólar americano. Em qualquer lugar do mundo que você vá, conseguirá trocar seus dólares pela moeda local. A grande virtude do dólar é justamente essa: ser aceito em todos os lugares. Até temos algumas iniciativas para tentar reduzir essa importância, mas por enquanto essas tentativas não foram bem-sucedidas.

O que determina o preço do dólar em relação ao real?

A taxa de câmbio é a comparação entre duas moedas e quanto uma vale em comparação à outra. Se entra muito dólar aqui no Brasil, o preço tende a cair em relação ao real. Se sai muito dólar do país, acontece o inverso: o dólar fica valorizado. É uma relação de oferta e demanda, como qualquer mercadoria.

De que forma os dólares entram ou saem do Brasil?

Há vários canais. Um deles é a balança comercial, que é a diferença entre importações e exportações. Este ano o Brasil vai ter um superávit da balança comercial de quase US$ 100 bilhões, um recorde histórico, gerado em grande parte pelo agronegócio e pelo petróleo. Por esse canal está entrando muito dólar, portanto. Por outro canal, que é o investimento direto estrangeiro, está ocorrendo uma queda na entrada de dólares em comparação ao ano passado. A taxa de câmbio resulta da soma de todos esses canais.

Qual o impacto do câmbio na nossa inflação e nos preços que a gente paga no dia a dia?

Uma parte considerável dos bens que a gente consome vêm do exterior e muitos dos produtos que produzimos aqui no Brasil também têm preço definido no mercado mundial. Preço em dólar, portanto. Então, os preços internos acabam sendo diretamente afetados pela taxa de câmbio.

As pessoas costumam pensar que dólar baixo é algo positivo, especialmente para quem pretende viajar. Isso também vale para a economia como um todo?

Um real muito valorizado pode ser bastante dramático do ponto de vista da produção industrial. Se o dólar se desvaloriza, o preço de venda dos produtos brasileiros cai, o que derruba a lucratividade, a capacidade de investimento das empresas e o nível de emprego. Isso não afeta apenas as empresas que exportam. Aquelas que atuam no mercado interno passam a sofrer uma concorrência violenta dos importados.

Há uma taxa de câmbio ideal? Difícil dizer o que seria ideal. O que sabemos é que os extremos são ruins. Se o real desvaloriza demais, vem a inflação. Se fica muito valorizado, começa a destruir a indústria nacional e força a construção de uma dívida externa do país.

É possível prever o futuro do dólar?

É difícil, porque depende dos fluxos financeiros e comerciais, e isso não se prevê facilmente. Mas há tendências. Durante a pandemia, os fluxos de capital foram muito direcionados aos Estados Unidos, o que resultou numa desvalorização do real. É provável que esse fluxo para o Brasil seja retomado, o que resultaria em valorização do real.

Qual a influência da inflação e dos juros nos Estados Unidos para definir as taxas de câmbio ao redor do mundo?

Muito forte. Nada tira mais dólar do Brasil do que juros altos nos Estados Unidos, algo que normalmente está atrelado ao aumento da inflação americana, que alcançou o maior patamar dos últimos 40 anos. Ainda bem que a notícia é de que a inflação nos Estados Unidos está caindo e deve continuar caindo no ano que vem, o que provavelmente levará a uma queda dos juros por lá. Essa queda de juros favorecerá a volta do fluxo de capital para o Brasil. Há, portanto, uma tendência de que a moeda brasileira, assim como todas as moedas emergentes, ganhem valor no próximo ano. E tem também a parte interna. Uma política econômica de boa qualidade, com cumprimento da meta fiscal e perseguição da meta de inflação, ajuda muito.

Qual a importância de diversificar os investimentos e procurar ativos relacionados ao câmbio?

Mudanças na legislação brasileira facilitaram o envio de dinheiro para o exterior, estratégia interessante para diversificar a carteira de investimentos. Há bancos brasileiros que oferecem esse serviço. O Master, por exemplo, é especializado em apoiar os clientes no envio de recursos para o exterior.

Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, durante o vodcast que descomplicou o tema do câmbio
Paulo Gala, economista-chefe do Banco Master, durante o vodcast que descomplicou o tema do câmbio
Foto: Divulgação / Estadão
Estadão
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