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Campos Neto: 'Inflação está caindo no mundo, mas não de forma linear'

Segundo presidente do Banco Central, preços de energia parecem ter se estabilizado depois do primeiro choque da guerra entre Israel e os terroristas do Hamas

23 out 2023 - 16h10
(atualizado às 16h33)
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Segundo Campos Neto, do lado dos alimentos, preços devem ficar voláteis em função das alterações climáticas causadas pelo El Niño
Segundo Campos Neto, do lado dos alimentos, preços devem ficar voláteis em função das alterações climáticas causadas pelo El Niño
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse nesta segunda-feira, 23, que a inflação voltou a cair no mundo após o impacto nos preços de energia, mas não de forma linear. "Em grande parte, a inflação cai, mas a linearidade não é igual", disse o presidente do BC.

As declarações foram dadas durante o evento "Reflexão sobre o cenário econômico brasileiro", organizado pelo Estadão, com apoio do Broadcast, em parceria com o B3 Bora Investir, site de notícias e conteúdo educacional produzido pela Bolsa.

Ele observou que os preços de energia parecem ter se estabilizado depois do primeiro choque da guerra entre Israel e os terroristas do Hamas. Campos Neto ponderou, contudo, que ainda existe incerteza sobre a escalada do conflito, com potencial efeito na cotação do petróleo.

Reflexão sobre o cenário econômico brasileiro

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Posted by Estadão on Monday, October 23, 2023

O presidente do BC lembrou da discussão sobre desinflação adicional durante a última reunião do Fundo Monetário Internacional (FMI), mas destacou que ainda não está claro de onde está vindo a desinflação adicional do mundo desenvolvido.

Nesse ponto, ele descartou a possibilidade de a desinflação vir da cena fiscal nos Estados Unidos, que segue "solta", e tampouco do petróleo, dada a guerra na Ucrânia e o conflito em Israel. Do lado dos alimentos, continuou, os preços devem ficar voláteis em função das alterações climáticas causadas pelo El Niño.

O presidente do Banco Central (BC), Roberto Campos Neto, disse hoje que o governo acertou ao manter a meta de inflação em 3%, destacando que as expectativas no mercado sobre o comportamento dos preços melhoraram após a decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN).

Manutenção da meta

Após citar que as metas de inflação no mundo estão ao redor de 2% a 3%, Campos Neto considerou que o Brasil "fez bem" em manter o seu objetivo em 3% nos próximos anos. "Importante destacar que a expectativa de inflação caiu depois da manutenção da meta", assinalou o presidente do BC.

Ele frisou ainda que os países emergentes estão com maior viés de queda dos juros, pois, no ciclo de aperto, começaram a subir suas taxas antes. Ele salientou que os juros altos por mais tempo frearam o crédito, pressionando assim os preços para baixo.

Mas expôs também a preocupação em relação a uma saída do ciclo de aperto monetário "não tão organizada" em mercados emergentes, na qual a inflação não responde à perda de tração nas economias. "Podemos ter uma saída organizada, mas uma saída também não tão organizada", alertou.

Estadão
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