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Campos Neto: IPCA ficou acima do esperado pelo mercado, mas vemos a inflação voltando para a meta

Segundo o presidente do BC, inflação em 12 meses, que subiu em julho, é um pouco 'poluída' por causa da desoneração dos combustíveis feita no ano passado

11 ago 2023 - 11h14
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Brasília - O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, disse nesta sexta-feira, 11, que a alta de 0,12% no IPCA de julho ficou um pouco acima do que o mercado esperava, mas considerou que a inflação está voltando para a meta.

Plenário do Senado Federal durante sessão de debates temáticos destinada a debater o tema "Juros, Inflação e Crescimento". À mesa, em pronunciamento, presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Foto: Pedro França/Agência Senado
Plenário do Senado Federal durante sessão de debates temáticos destinada a debater o tema "Juros, Inflação e Crescimento". À mesa, em pronunciamento, presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto. Foto: Pedro França/Agência Senado
Foto: Pedro França / Agência Senado / Estadão

"A inflação em 12 meses é um pouco poluída porque tivemos a desoneração (dos combustíveis) no segundo semestre de 2022 que jogou a inflação muito para baixo. Sempre uso para comparar que a nossa inflação de seis meses está igual à de um ano", afirmou, em palestra no Fórum de Gestão Empresarial da Federação das Associações Comerciais e Empresariais do Estado do Paraná (Faciap), em Curitiba.

Campos Neto repetiu que o BC tem olhado com mais atenção a inflação de serviços, que tem caído mais lentamente. "A gente vê principalmente a questão de mão de obra, tem sido difícil contratar em alguns setores, e em outros casos há mão de obra sobrando. A parte de núcleos de serviços está bem acima da meta, mas o número de hoje nessa parte foi um pouquinho melhor", completou.

Ele voltou a dizer que um processo de queda dos juros sem credibilidade tem efeitos contrários no crédito, no crescimento da economia e no emprego. "O importante não é o que você faz com os juros, mas como você faz isso. Se fosse apenas apertar um botão para subir ou cair os juros, seria muito fácil, não teria crise nunca. Mas, infelizmente, essas soluções fáceis são enganosas", disse.

Na semana passada, o Comitê de Política Monetária (Copom) optou por iniciar o ciclo de afrouxamento monetário com uma queda de 0,5 ponto porcentual dos juros básicos, para 13,25% ao ano, o que surpreendeu uma parte do mercado, que apostava majoritariamente em uma queda mais "parcimoniosa", de 0,25 ponto. O colegiado sinalizou ainda a manutenção desse ritmo de cortes nas próximas reuniões.

Estadão
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