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Carrefour prepara retratação formal ao Brasil com carta de CEO global entregue em mãos a ministro

O 'Estadão/Broadcast' apurou que o embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, se reuniu com autoridades do Ministério da Agricultura e teria apresentado a carta de Bompard

25 nov 2024 - 21h42
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O CEO do Carrefour Global, Alexandre Bompard, fará uma retratação formal ao ministro da Agricultura do Brasil, Carlos Fávaro, após as suas declarações levarem à interrupção de fornecimento de carnes por parte de frigoríficos brasileiros ao Grupo Carrefour Brasil. Segundo afirmou uma fonte próxima à empresa ao Estadão/Broadcast, o desejo da gestão da companhia é que a carta seja entregue em mãos, o que depende, também, da agenda do ministro.

No fim da tarde desta segunda-feira, 25, de acordo com integrantes do governo, o embaixador da França no Brasil, Emmanuel Lenain, se reuniu com autoridades do Ministério da Agricultura para tratar da crise entre Carrefour e a indústria de carnes brasileira e teria apresentado a carta de Bompard. Lenain deixou o ministério sem falar com a imprensa. Ele não se encontrou com o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, que chegou logo depois, pois estava em reunião no Palácio do Planalto.

O boicote dos frigoríficos ocorreu após Bompard se comprometer, na última semana, a não vender em lojas da França carnes do Mercosul. Segundo ele, a medida foi tomada após ouvir o "desânimo e a raiva" dos agricultores franceses, que são contrários à proposta de acordo de livre-comércio entre a União Europeia e o Mercosul.

Fávaro, por sua vez, disse não ter feito um pedido explícito ao setor frigorífico para que realizasse o boicote, mas parabenizou a indústria brasileira pela decisão.

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira, que afirmaram que a fala foi "pouco diplomática". A declaração foi "mal pensada, com foco apenas político e não nos negócios", afirmaram fontes consultadas pela reportagem.

No pregão desta segunda-feira, 25, as ações do Carrefour operaram voláteis devido ao cenário ainda incerto. No pior momento do dia, desvalorizaram 5%, mas se recuperaram no decorrer da sessão e fecharam em alta de 1,05%.

As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira
As palavras de Bompard foram recebidas com surpresa até mesmo por membros do conselho da operação brasileira
Foto: Divulgação/Grupo Carrefour Brasil / Estadão
Estadão
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