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Carros elétricos são sempre mais econômicos? Especialista analisa cenários

Rodar em um veículo elétrico custaria em torno de R$ 2,20 por km, e em um veículo tradicional, R$ 1,90; entenda cálculo

10 out 2024 - 05h00
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O Volvo EX30 está à venda a partir de R$ 229.950
O Volvo EX30 está à venda a partir de R$ 229.950
Foto: Divulgação/Volvo

Recarregar um veículo elétrico é, sim, mais barato do que abastecer um veículo à combustão, quando considerado o quilômetro rodado. Ainda assim, nem sempre ter um carro do tipo será mais vantajoso, segundo explica o professor José Roberto Moreira, do Instituto de Energia Elétrica da USP (IEE-USP).

O professor, que tem mais de 30 anos de experiência na área de energia, fez a pedido do Terra um cálculo para avaliar qual modelo é mais econômico. Considerando algumas variáveis, ele chegou à conclusão de que rodar em um veículo elétrico custaria em torno de R$ 2,20 por km, e em um veículo tradicional, R$ 1,90.

"Você tem que considerar o preço dele, o investimento que você faz, você tem que considerar a energia que ele consome, o preço de revenda dele depois que foi utilizado. E quando você faz toda essa compilação, considerando inclusive o que você podia fazer com o seu capital investido, chegamos a essa conclusão", explica Moreira.

O professor ressalta que essa diferença se dá, principalmente, pelo alto valor de venda dos carros elétricos no Brasil. Atualmente, o de menor valor é o modelo Renault Kwid E-Tech, vendido a partir de R$ 99 mil. Enquanto isso, o carro zero à combustão mais barato hoje é o Fiat Mobi, em torno de R$ 73.990.

O Kwid elétrico, inclusive, é o único modelo abaixo dos R$ 100 mil. Depois dele, completam o top 3 carros elétricos mais baratos o BYD Dolphin Mini, que custa cerca de R$ 115,8 mil, e o JAC E-JS1, a partir de R$ 126,9 mil.

Para Moreira, tais preços distanciam os veículos elétricos da realidade da maioria dos brasileiros.

"Uma parte razoável da população tem automóveis. O Brasil tem mais ou menos um automóvel para cada seis pessoas. Isso implica que a classe média é compradora de veículos. Mas um carro custando R$ 150 mil, R$ 200 mil, praticamente o dobro do que um carro convencional, eu acredito que é uma barreira séria", diz.

Mas carro elétrico nunca vale a pena?

O professor José Roberto Moreira explica que o cálculo feito por ele é uma média. Para aqueles motoristas que rodam muito com o carro, o elétrico pode ser uma boa opção, por compensar o valor do investimento no baixo custo para abastecimento -- ou melhor, para recarga.

"Um carro elétrico faz cerca de 6 km por quilowatt-hora. E o quilowatt-hora está custando em torno de R$ 0,80. Ou seja, o km dele está saindo a 10, 15 centavos", calcula o especialista, ao retirar os outros custos relacionados.

Por essa lógica, Moreira também analisa que aquelas pessoas com mais condição financeira e que já iriam gastar mais de R$ 100 mil em um carro, também vale a pena optar pelo modelo elétrico.

A bandeira vermelha de energia aumenta o custo do carro elétrico?

No cenário atual de crise hídrica e acionamento das bandeiras tarifárias de energia elétrica pelo segundo mês consecutivo, consumidores podem se preocupar sobre o efeito dessa taxa no recarregamento dos veículos. Porém, o professor Moreira garante que o impacto da bandeira de energia é baixo sobre o valor do km rodado.

Recentemente, a montadora Volvo divulgou que os custos por quilômetro rodado em seus carros elétricos, variam de R$ 0,165 a R$ 0,169, já considerando a conta de energia em bandeira vermelha tipo 2. A conta, no entanto, não considera os custos de investimento usados pelo professor da USP. 

"Um aumento de 10% na tarifa de energia elétrica vai impactar a operação de um carro, puramente a bateria, na ordem de 0,5% de aumento no custo. Eu estava falando de um custo de R$ 2,20, você vai ter um aumento de R$ 0,02", exemplifica.

Fonte: Redação Terra
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