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Avaliação: Chevrolet Cruze RS, o último suspiro dos hatches

Chevrolet Cruze RS 1.4 Turbo resiste com dignidade em um segmento totalmente abandonado pelas outras montadoras

13 abr 2022 - 11h25
(atualizado às 11h27)
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Chevrolet Cruze RS: rodas exclusivas e visual empolgante.
Chevrolet Cruze RS: rodas exclusivas e visual empolgante.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O Chevrolet Cruze é o líder disparado na categoria de hatches médios com 53% das vendas. Isso significa que o carro está bombando? Não. Infelizmente, o Cruze representa o último suspiro de uma categoria que está desaparecendo. Para dominar mais da metade do segmento, o Cruze precisou de apenas 264 vendas no primeiro trimestre.

Boa parte dessas vendas vieram com o Cruze RS, nova versão com design esportivo na carroceria hatch, chamada pela GM de Sport6 (referência ao câmbio de seis marchas). O Chevrolet Cruze RS não é um esportivo, mas mantém a dignidade em uma categoria de carros que já teve, além dele, modelos de fama mundial como o Volkswagen Golf e o Ford Focus.

Mas vale a pena comprar um Cruze RS? Sim, vale. Primeiro porque ele tem um design muito atraente e comportamento dinâmico superior a qualquer SUV de sua categoria. Segundo porque ele se tornou um carro bastante exclusivo com o desaparecimento dos hatches médios. Ter um Cruze RS não é estar “fora de moda”, mas sim valorizar um dos melhores tipos de carro que existem.

Chevrolet Cruze RS: traseira imponente e esportiva.
Chevrolet Cruze RS: traseira imponente e esportiva.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

Rodamos uma semana com o Chevrolet Cruze RS e o único infortúnio que tivemos foram alguns contatos da parte inferior do para-choque com o piso na saída da garagem. É um carro baixo e estradeiro, por isso é preciso tomar cuidado em algumas situações. Acostumado com tantos SUVs, confesso que me descuidei em duas ou três ocasiões.

A chegada do Cruze RS fez a GM abandonar todas as outras versões de seu Chevrolet hatch médio. Assim, as versões LT, LTZ e Premier deixaram de ser oferecidas. O Cruze RS tem moldura nas janelas, adesivo na coluna e retrovisores escurecidos. As rodas personalizadas garantiram o visual esportivo do carro.

Embora não seja esportivo, o Chevrolet Cruze RS ganhou acerto específico de direção e suspensão. O câmbio é automático de 6 marchas e a sexta é mais utilizada para reduzir o consumo de combustível. É possível fazer trocas de marcha manuais pela alavanca de câmbio, mas não há aletas atrás do volante. Já é um avanço, considerando o conservadorismo da GM nesse aspecto.

O motor 1.4 turbo tem 153 cv de potência e 240 Nm de torque. O Cruze é bom de estrada e faz curvas com boa competência, mesmo com a suspensão traseira por eixo de torção. Não chega a ser brilhante como a última geração do VW Golf, mas sua proposta não é a esportividade pura e sim a esportividade visual. O carro é charmoso, dá status para quem o possui e o dirige.

Chevrolet Cruze RS: maior entre-eixo dos carros médios.
Chevrolet Cruze RS: maior entre-eixo dos carros médios.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O passageiro do lado direito não conta com ajuste de altura do cinto de segurança, mas ele não “enforca” a pessoa como, por exemplo, o Renault Duster, que é um SUV e está na moda. Senta-se em posição baixa no Cruze. E isso é bom para quem gosta de conduzir da forma clássica. A posição de dirigir é excelente. Roda-se horas com o Cruze sem sofrer muito com o cansaço.

Não sabemos quanto tempo a General Motors vai manter o Cruze em produção. O carro é importado da Argentina, junto com o modelo sedã. É a última fábrica da GM a produzir o Cruze, mas o encolhimento do mercado e o aumento dos preços podem ter dado sobrevida ao modelo. Se não fosse assim, a GM não perderia tempo, energia e dinheiro lançando a nova versão RS – uma grife de respeito na história da Chevrolet.

No banco de trás, o espaço é bom, pois a distância entre eixos é a maior dos carros médios (2,700 m). Como a suspensão não é muito dura, viaja-se com certo conforto. Mas o melhor do carro é o acabamento, muito bom para a sua categoria, além de um sistema multimídia e conectividade competentes. É preciso usar cabo para conectar Android Auto e Apple CarPlay, mas isso não mata ninguém.

O painel de instrumentos tem fácil leitura e o display central está muito bem posicionado, com tela tátil de 8” polegadas do MyLink com pareamento simultâneo de até dois smartphones via bluetooth. O carro tem ainda Wi-Fi nativo com antena amplificada e sinal de internet até 12 vezes mais estável, com capacidade de conexão para sete aparelhos simultâneos.

Chevrolet Cruze RS: o último (bom) suspiro dos hatches médios.
Chevrolet Cruze RS: o último (bom) suspiro dos hatches médios.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O interior do Cruze RS tem os revestimentos de teto, assoalho, colunas, painéis e bancos em preto, enquanto as costuras pespontadas dos assentos trazem linhas vermelhas. A lista de equipamentos de série inclui seis airbags, monitoramento da pressão dos pneus, câmera de ré de alta definição, sensor de estacionamento dianteiro e traseiro, além de sistema de áudio premium, acendimento automático dos faróis, sensor de chuva, tela digital colorida, retrovisor interno eletrocrômico e retrovisores externos com rebatimento elétrico e aquecimento.

Se por dentro o Cruze RS agrada, por fora ele encanta por sua beleza. Suas linhas ainda são muito modernas. A dianteira tem formato em cunha e a traseira tem um corte que lembra os SUVs cupê. Outro detalhe interessante é o teto preto metálico.

A carroceria tem três cores: Branco Summit, Cinza Satin Steel e Vermelho Chili. Existe ainda a opção de lataria coberta completamente em Preto Ouro Negro. Na traseira, o aerofólio funcional também foi escurecido, assim como os emblemas com o nome e a marca do veículo na tampa, próximo das lanternas de led tridimensionais. 

Outra boa sacada da General Motors para o Chevrolet Cruze RS é a “inteligência” por meio da chave eletrônica. Com ela, o motorista pode ajustar o conteúdo do sistema multimídia para as preferências memorizadas de cada usuário (aplicativos, estações de rádio, etc). Por vir com duas chaves, é possível criar até dois perfis diferentes para o Cruze RS.

Chevrolet Cruze RS: caída da coluna C lembra um SUV cupê.
Chevrolet Cruze RS: caída da coluna C lembra um SUV cupê.
Foto: Sergio Quintanilha / Guia do Carro

O motor e o câmbio proporcionam acelerações dignas. Ele vai de 0 a 100 km/h em 9 segundos e atinge 214 km/h de velocidade máxima. O consumo não é alto. Com gasolina (150 cv), o Cruze RS faz 11,1 km/l na cidade e 14,9 na estrada. Com etanol (153 cv), faz 7,6 km/l na cidade e 9,4 na estrada. O motor conta com turbocompressor, injeção direta de combustível, duplo comando de válvulas, com variação na admissão e no escape, e tem potência específica de 109 cavalos/litro. A relação peso/potência do carro é boa: 8,7 kg/cv.

Devido ao novo IPI, a Chevrolet baixou um pouco o preço e vende o Cruze RS Sport6 por R$ 152.280 (antes eram R$ 154.400). Trata-se de um carro sem concorrentes diretos. Três alemães estão nessa categoria: o Audi A3, o BMW Série 1 e o Mercedes-Benz Classe A. Cada um desses carros têm suas características e são da categoria premium. Rivais mesmo eram o VW Golf e o Ford Focus. Mas eles fugiram da briga. O Chevrolet Cruze não tem nada com isso; não apenas mantém-se vivo, como brilha com a nova versão RS.

Chevrolet Cruze RS: interior caprichado.
Chevrolet Cruze RS: interior caprichado.
Foto: GM
CHEVROLET CRUZE RS 1.4 TURBO
ITEMCONCEITONOTA
MOTORMuito bom8
CÂMBIOMuito bom8,5
SUSPENSÃOMuito bom8
DIREÇÃO E FREIOSMuito bom8
SEGURANÇAÓtimo10
ERGONOMIAÓtimo9
MULTIMÍDIAÓtimo9
PORTA-MALASBom4
ACABAMENTOMuito bom8,5
DESIGNÓtimo9
VEREDICTOMuito bom8,2

Os números

Preço: R$ 152.280

Motor: 1.4 turbo flex

Potência: 153 cv a 5.200 rpm

Torque: 240 Nm a 2.000 rpm

Câmbio:6 marchas AT

Comprimento: 4,448 m 

Largura: 1,807 m 

Altura: 1,484 m

Entre-eixos: 2,700 m

Vão livre: n/d

Peso: 1.331 kg

Pneus: 215/50 R17

Porta-malas: 290 litros

Carga útil: 450 kg

Tanque: 52 litros

0-100 km/h: 9s0

Velocidade máxima: 214 km/h

Consumo cidade: 9,4 km/l

Consumo estrada: 13,5 km/l

Emissão de CO2: 111 g/km

Guia do Carro
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