Carteira Lula/Bolsonaro: especialista vê risco para investidor
Carteiras de investimento que apostam em cenários podem ser estratégia arriscada
Na véspera do primeiro turno da corrida presidencial deste ano, algumas corretoras divulgaram carteiras de investimento que ficaram conhecidas na imprensa como “Carteira Lula” e “Carteira Bolsonaro”.
As carteiras incluem ações de algumas empresas que, para os analistas, podem ser mais beneficiadas no cenário de eleição de um ou outro candidato.
Ou seja, no cenário de eleição de Jair Bolsonaro, os que investiram na “carteira Bolsonaro” teriam maior chance de ganhos, e caso vença Luiz Inácio Lula da Silva, ganharia quem investiu na “carteira Lula”.
Mas ao tentar se antecipar a um cenário ou outro, o investidor pode acabar tomando ainda mais risco.
Para Carlos Furlanetti, professor da FIA Business School, a estratégia pode ser arriscada: "Tenho visto recomendações de algumas corretoras sobre carteiras de ações considerando as duas possibilidades de desfecho das eleições presidenciais no Brasil. Numa perspectiva de mais longo prazo, penso ser muito arriscado selecionar uma carteira de investimentos a partir de estereótipos ou simplificações da conjuntura política nacional”, disse o especialista.
Para Furlanetti, outros fatores também devem ser considerados pelos investidores: “Talvez mais importante seja buscar carteiras diversificadas, tanto em renda fixa como em renda variável, com base em uma leitura mais profunda sobre prováveis mudanças na estrutura demográfica, econômica e social do nosso mundo. E a partir daí analisar as dinâmicas setoriais e os fundamentos de cada empresa, sempre tendo em vista os objetivos e o perfil de risco de cada investidor."