Casal suspeito de aplicar golpes em rifas morava em apartamento de luxo do prédio mais alto do Brasil
Edifício está localizado em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e tem 294,1 metros de altura
O casal de influenciadores Gladison Pieri e Pâmela Pavão, que são investigados por suspeita de aplicar golpes em rifas online, morava em um apartamento de luxo no Yachthouse, o edifício residencial mais alto do Brasil, segundo a Polícia Civil, em reportagem do Fantástico, da TV Globo, exibida no último domingo, 25.
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O Yachthouse by Pininfarina Tower 2 está localizado em Balneário Camboriú, em Santa Catarina, e tem 294,1 metros de altura. O prédio é o mesmo que o jogador Neymar comprou uma cobertura quadriplex -- de quatro andares.
No último domingo, de acordo com a reportagem, investigações da polícia sobre rifas e sorteios que fazem sucesso na internet revelaram um esquema de manipulação de resultados e lavagem de dinheiro. Uma operação em três estados --Santa Catarina, Paraná e Goiás-- apreendeu carros de luxo e R$ 25 milhões, no total.
Em Balneário Camboriú (SC), o casal Gladison e Pâmela, que também têm residência em Canoas (RS), foram presos no apartamento de luxo na última semana. Em endereços ligados aos dois, a polícia apreendeu 49 carros de luxo, que as autoridades suspeitam que parte desse patrimônio sejam provientes dos sorteios de rifas ilegais vendidas em sites da internet. Joias, artigos de grife, R$ 600 mil e uma mala com dinheiro de mentira também foram apreendidos.
De acordo com a emissora, Gladison e Pâmela são investigados por crimes contra a economia popular, jogos de azar, lavagem de dinheiro e associação criminosa. Os valores vindos dos sorteios teriam gerado em torno de R$ 11 milhões.
Durante as buscas, Gladison foi preso por manter uma arma ilegal em casa. Ele pagou fiança e foi solto. No mesmo dia, conforme a polícia, ele e a esposa fizeram anúncios de sorteio de um carro apreendido. "Anunciar um veículo que está apreendido, descumprir uma ordem judicial, que é continuar com aquela atividade ilícita, é uma afronta ao sistema de justiça criminal", disse o delegado Cristiano de Castro Reschke, de Canoas (RS).
Na sexta-feira, 23, foi decretada a prisão preventiva do casal, mas a medida foi revogada e eles vão responder em liberdade. Somente medidas restritivas foram impostas aos dois, como uso de tornozeleira eletrônica, bloqueio de redes sociais e proibição de deixar o País.
À TV Globo, a defesa do casal negou que eles tenham cometido crimes. "Esses influencers são meros divulgadores dos prêmios. Não são eles que fazem aquisição e a entrega. Não teve crime nenhum e isso vai ser devidamente esclarecido no inquérito", disse o advogado André Callegari.
Mas como funcionam os golpes?
Segundo as investigações, alguns dos ganhadores dos números dos sorteios têm vínculos pessoais com investigados e recebem valores em suas contas bancárias que vão além do item sorteado.
Além disso, os sites que fazem os sorteios os favorecem em uma série de fraudes. As autoridades explicaram que quem organiza o sorteio consegue definir se vai ter um vencedor ou não, por exemplo.
Ainda conforme o Fantástico, um promotor está investigando os sites usados para os sorteios das rifas. "As seguranças desses sites são muito frágeis e propiciam uma série de fraudes em relação às rifas", afirma Flávio Duarte, promotor de Justiça do Ministério Público do Rio Grande do Sul.
Uma outra investigação em Goiás, segundo a polícia do Estado, também mostrou que os sorteios eram manipulados e movimentaram ilegalmente R$ 27 milhões em dois anos. Uma gravação obtida pela emissora mostrou que os falsos ganhadores eram contratados para mentir. Nesse caso, nove pessoas de uma organização criminosa foram presas.
Já no Paraná, dois influenciadores também foram alvo da Polícia. Eles são suspeitos de promover rifas ilegais. Com eles, foram apreendidos carros de luxo e um celular banhado a ouro, avaliado em R$ 42 mil.