Catador tem que recolher quase 18,5 mil latinhas para ganhar salário mínimo, diz pesquisa
Dados são do levantamento feito pelo site de pesquisas de preço Mercado Mineiro, entre os dias 13 e 14 de julho, na capital mineira
Um catador de materiais recicláveis precisa coletar 246 kg ou 18.464 latas de alumínio para conseguir ganhar um salário mínimo, hoje em R$ 1.320,00. Os dados são de um levantamento feito pelo site de pesquisas de preço Mercado Mineiro, na Região Metropolitana de Belo Horizonte.
A pesquisa constatou que o valor médio do quilo de latas pago em maio deste ano foi de R$ 5,36. Além disso, o estudo também identificou o valor pago pelo quilo da garrafa pet e do papel/papelão nos estabelecimentos de reciclagem da Região Metropolitana da capital mineira.
No caso do papelão, o trabalhador precisa em média 6.422 kg, quase seis toneladas e meia, do material para ganhar um salário mínimo. Já o preço médio do quilo da garrafa PET foi de R$ 0,98, o que significa que são necessários 1.350 quilo para alcançar o valor do salário mínimo.
A pesquisa comparou os preços pagos em março com julho de 2023 e identificou redução de valor em todos os materiais.
- O preço do quilo da latinha de alumínio caiu 16%; em março valia, em média, R$ 6,43, e em julho, R$ 5,36;
- O quilo do papel branco caiu 71%, saindo de R$ 0,64 para R$ 0,19;
- O quilo da garrafa pet custava, em média, R$ 2,18 e caiu para R$ 0,98, numa redução de 55%;
- O quilo do papelão caiu de R$ 0,78 para R$ 0,21, o que reflete redução de 73%;
- O quilo do jornal era R$ 0,83 e passou para R$ 0,53, equivalente a redução de 36%.
Reciclagem no Brasil
Em junho deste ano, o Ministério do Meio Ambiente e Mudança do Clima (MMA) criou a Comissão Nacional de Incentivo à Reciclagem (CNIR) para estabelecer diretrizes para a atividade no Brasil. O desafio é grande.
Cada brasileiro produz, em média, 343 quilos de lixo, por ano, o que totaliza 80 milhões de toneladas de resíduos. A maior parte dos resíduos, no entanto não é reaproveitado ou reciclado. Somente 4% do lixo do País passa por esse processo, segundo a Associação Brasileira de Empresas de Limpeza Pública e Resíduos Especiais (Abrelpe).