Censo 2022: MP dispensa concurso para contratar recenseadores
Iniciativa flexibiliza a contratação de pessoal para o o Censo; segundo IBGE, principal motivo para atraso na coleta de informações é a falta de recenseadores
BRASÍLIA - O governo de Jair Bolsonaro editou medida provisória que flexibiliza a contratação de pessoal para a realização do Censo Demográfico de 2022. A iniciativa, publicada no Diário Oficial da União (DOU), vem muito depois de o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) ter relatado que o principal motivo para o atraso no ritmo de coleta de informações é a falta de recenseadores.
A MP permite ao IBGE dispensar a realização de processo seletivo na contratação dos profissionais e ainda incluir aposentados pelos regimes próprios de previdência social da União, dos Estados, do Distrito Federal ou dos municípios na lista de selecionados. "Haverá igualdade de condições na seleção, na contratação e na execução da contratação entre os aposentados e os demais concorrentes ou contratados", cita a MP.
No planejamento inicial, o censo seria finalizado em outubro, mas o IBGE precisou adiar a conclusão do trabalho para dezembro devido à falta de profissionais em alguns Estados. O diretor de Pesquisas do órgão, Cimar Azeredo, disse no primeiro dia de novembro que, até aquela data, o Censo 2022 havia contado com apenas 66% da população estimada, bem abaixo do esperado.
Apesar do adiamento, Azeredo garantiu que os primeiros resultados do Censo 2022 serão divulgados em 28 de dezembro. A meta foi definida com o Tribunal de Contas da União (TCU). Segundo Azeredo, como é feito tradicionalmente, o IBGE apresentará ao órgão de controle apenas os dados preliminares do total populacional desagregado por cada município do País. A informação é essencial para atualizar a divisão dos valores do Fundo de Participação dos Municípios (FPM), pelo qual o governo federal distribui recursos para as prefeituras.