Centrais sindicais e Fiesp criticam alta da Selic
Para as entidades, o aumento da taxa irá prejudicar o crescimento econômico
O novo aumento de 0,25 ponto percentual da Selic anunciado na noite desta quarta-feira pelo Banco Central foi condenado pela Federação e o Centro das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp) e pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT).
Segundo o presidente da Fiesp, Paulo Skaf, não existem fatores que justifiquem mais uma alta dos juros que com o aumento atingiu os 10,75% ao ano. “A atividade econômica está esfriando, e pelo visto, teremos mais um ano de crescimento abaixo da média mundial”, afirmou em nota.
Na visão de Skaf, o novo aumento dos juros, embora menor que os anteriores, dificulta ainda mais a retomada de crescimento. Para ele, estes aumentos implicarão em gastos adicionais de juros de mais de R$ 5 bilhões por ano, “valor suficiente para construir 500 escolas e 100 hospitais”, detalhou.
A Contraf-CUT condenou a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) pelo mesmo motivo, defendeu que um novo aumento irá desacelerar ainda mais crescimento econômico, “colocando em risco a política de geração de empregos, melhoria dos salários dos trabalhadores e a distribuição de renda”, informou a entidade.
"O aumento de 0,25% na Selic representa outra decisão do Copom diante do terrorismo do mercado financeiro, o único ganhador desse jogo de cartas marcadas em que todos os demais setores da sociedade perdem", afirmou em nota o presidente da central sindical, Carlos Cordeiro.