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CEO milionário se desculpa por ter dito que mais desemprego ajudaria a controlar funcionários

Tim Gurner havia declarado que é preciso 'ver dor na economia' para lembrar funcionários 'que eles trabalham para o empregador e não o contrário'

15 set 2023 - 09h52
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O milionário australiano Tim Gurner, fundador e CEO do Gurner Group, que atua no setor imobiliário, lamentou os comentários que fez nesta semana sugerindo que o desemprego deveria aumentar para que os funcionários tenham menos "arrogância" e lembrem "que eles trabalham para o empregador e não o contrário".

Um milionário da Austrália, que trabalha no setor imobiliário, está provocando reações adversas na internet ao desejar mais desemprego - o que, segundo ele, daria às empresas mais poder sobre os funcionários. Segundo ele, os empregados se tornaram “arrogantes” desde a pandemia de covid-19.
Um milionário da Austrália, que trabalha no setor imobiliário, está provocando reações adversas na internet ao desejar mais desemprego - o que, segundo ele, daria às empresas mais poder sobre os funcionários. Segundo ele, os empregados se tornaram “arrogantes” desde a pandemia de covid-19.
Foto: Reprodução de Vídeo/Twitter / Estadão

O pedido de desculpas ocorre após grande repercussão negativa do caso e respostas de repúdio de autoridades. O vídeo com as falas de Gurner, postado pelo Australian Financial Review, já tem 25,4 milhões de visualizações no X, antigo Twitter (assista abaixo).

"Na cúpula imobiliária da Australian Financial Review (AFR) nesta semana eu fiz alguns comentários sobre desemprego e produtividade na Austrália que eu lamento profundamente e que estavam errados", escreveu o CEO, em postagem no LinkedIn na quinta-feira, 14. Ele afirmou que os comentários que fez "foram profundamente insensíveis" com funcionários e famílias afetados por pressões do custo de vida e perdas de emprego.

"Há claramente conversas importantes a ter neste ambiente de inflação elevada, pressões sobre os preços da habitação e dos aluguéis devido à falta de oferta e outras questões de custo de vida", disse.

O empresário acrescentou que compreende "que quando alguém perde o emprego, isso tem um impacto profundo sobre eles e sobre as suas famílias". "E eu lamento sinceramente que as minhas palavras não tenham transmitido empatia por aqueles que se encontram nessa situação", concluiu.

Entenda o caso

Na última terça-feira, 12, em participação na cúpula imobiliária da Australian Financial Review, Tim Gurner afirmou que "as pessoas decidiram que elas realmente não queriam mais trabalhar tanto" durante a pandemia de covid-19, o que teria causado um problema de produtividade, e que o desemprego precisa aumentar de 40% a 50% para que os funcionários lembrem seu lugar.

"Nós precisamos ver dor na economia. Nós precisamos lembrar as pessoas que eles trabalham para o empregador e não o contrário", disse.

Segundo Gurner, houve uma mudança sistemática e agora funcionários sentem que o empregador é "extremamente sortudo em tê-los, em vez do contrário". "É uma dinâmica que tem que mudar, nós precisamos matar essa atitude. E isso tem que vir por meio de machucar a economia, que é o que o mundo está tentando fazer. Governos em todo o mundo estão tentando aumentar o desemprego para trazer isso para algum tipo de normalidade", declarou.

Ele ainda afirmou que há demissões em massa ocorrendo, o que estaria levando a "menos arrogância no mercado de trabalho".

Gurner já havia chamado a atenção do mundo anteriormente em 2017, ao sugerir que as dificuldades dos millennials em subir na hierarquia imobiliária poderiam ser atribuídas ao seu amor por torradas de abacate e cafés, dizendo ao 60 Minutes Australia que muitos jovens provavelmente não teriam sua casa própria. "Quando você gasta US$ 40 por dia em abacate amassado e café e não trabalha - claro que não [terá casa própria], com certeza!", disse.

Tim Gurner defendeu aumento de desemprego para lembrar funcionários 'que eles trabalham para o empregador e não o contrário'.
Tim Gurner defendeu aumento de desemprego para lembrar funcionários 'que eles trabalham para o empregador e não o contrário'.
Foto: Reprodução de Vídeo/Twitter / Estadão
Estadão
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