Cerca de 600 mil itens podem ter preços elevados após Reforma Tributária; entenda
Para advogado tributarista, empresas precisam ficar atentas para não perderem margem de lucro após as mudanças
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Reforma tributária promoverá aumento em quase 600 mil itens, mas também redução em 1,2 milhão, de acordo com levantamento da Roit.
Quase 600 mil itens deverão sofrer aumentos com as mudanças promovidas pela Reforma Tributária. O dado é fruto de um levantamento feito pela Roit, empresa de inteligência artificial para a área tributária. Apesar de elevado e assustar de início, o número está muito abaixo daqueles que deverão sofrer diminuição nos preços devido à reforma: quase 1,2 milhão.
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O advogado tributarista Lucas Ribeiro explica, no entanto, que a grande questão para as empresas não perderem seus lucros é saber se os produtos que elas comercializam por ela terão maior ou menor incidência de impostos.
Para o estudo, foram analisados dados de 837 empresas, que, juntas, faturaram cerca de R$ 470 bilhões em 2023, ano da análise comparativa.
"O que nós estamos afirmando é que, para que essas empresas consigam manter os seus resultados, elas vão precisar aumentar preços em alguns itens e vão reduzir preços em outros", afirma o CEO da Roit.
O presidente-executivo do Instituto Brasileiro de Planejamento e Tributação (IBPT), João Eloi Olenike, confirma ao Terra que é possível que itens fiquem mais caros do que outros com a introdução do Imposto sobre Valor Agregado (IVA) dual, que reúne as tributações federais e estaduais.
"Isso ocorre devido à forma como os novos tributos, como a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal, e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal, serão aplicados e como substituirão tributos que atualmente possuem alíquotas e incidências diferentes", afirma.
Olenike dá como exemplo produtos que atualmente possuem isenções de ICMS ou PIS/Cofins, como eletrônicos e cosméticos. Com o novo imposto, os itens podem ter o preço elevado caso esses benefícios sejam revistos.
"O nosso ponto de alerta é saber quais são esses itens, porque imagina que no meio de todos esses itens, tem algumas empresas aqui que só tem um, dois itens, que são só os que aumentam. Então, se são só os que aumentam que estão para essas empresas, será que elas não vão ter dificuldade em repassar o aumento de preço e elas vão ter que suportar isso na sua margem com a reforma tributária?", pondera Lucas Ribeiro.
O executivo da Roit afirma que não é possível divulgar a lista de itens que sofrerão aumentos por envolver dados de clientes da empresa de consultoria. Segundo ele, foram inseridos dados específicos de identificação de produtos e suas respectivas marcas.
