Cervejaria Petrópolis, dona da Itaipava, pede recuperação judicial, com dívida de R$ 4,2 bilhões
Empresa dona das marcas Itaipava, Crystal e Petra diz sofrer crise de liquidez agravada pela alta do juros
O grupo Petrópolis, dono das marcas Itaipava, Crystal e Petra, entre outras, entrou com pedido de recuperação judicial, na segunda-feira, 27, na Justiça do Rio de Janeiro. As dívidas da companhia somam R$ 4,2 bilhões, segundo sua defesa. Desse total, 48% são financeiras e 52% com fornecedores e terceiros.
Nesta terça, a juíza Elisabete Franco Longobardi, da 5ª Vara Empresarial da cidade do Rio, concedeu ao grupo uma tutela cautelar de urgência que determinou a liberação dos recursos da companhia por Banco Santander, Fundo Siena, Daycoval, BMG e Sofisa. A juíza também nomeou como administradores judiciais o escritório de advocacia Zveiter e a empresa Preserva-Ação, do advogado Bruno Rezende.
A empresa afirmava que as medidas eram urgentes para evitar "iminente estrangulamento do fluxo de caixa". A urgência também se justificava pelo fato de que, ontem, vencia uma parcela de R$ 105 milhões de uma dívida financeira.
Na petição, a Petrópolis, representada pelos escritórios Salomão Sociedade de Advogados e Galdino & Coelho, afirmam que, até o fim de março, haverá uma necessidade de capital de giro acumulada R$ 360 milhões superior ao projetado para o período e que, até 10 de abril, será de R$ 580 milhões superior.
"A combinação desses fatores, exógenos e alheios ao controle das requerentes, gerou uma crise de liquidez sem precedentes no Grupo Petrópolis, que comprometeu seu fluxo de caixa a ponto de obrigá-lo a buscar a proteção legal com o ajuizamento deste pedido de recuperação judicial", diz o documento.
Procurado, o grupo Petrópolis não se manifestou até a publicação dessa matéria.
O que é recuperação judicial
De modo geral, a recuperação judicial é um processo mediado pela Justiça que busca evitar que uma empresa com dificuldades financeiras encerre suas atividades. Por meio dela, as organizações adquirem um prazo para continuar operando enquanto negociam suas dívidas com os credores sem o risco de terem suas dívidas executadas.