China: 'banco paralelo' Zhongzhi diz estar com dívidas enormes e que não consegue pagar suas contas
Empresa sediada em Pequim afirmou em carta aos investidores que 'a liquidez está esgotada e a deterioração dos ativos é grave', segundo reportagem da CNN
O Zhongzhi Enterprise Group (ZEG), empresa de gestão de patrimônio na China, informou aos investidores que não consegue pagar todas as suas contas, reacendendo o temor de que a prolongada queda no mercado imobiliário do país possa estar se espalhando para o "setor bancário paralelo" de US$ 3 trilhões. As informações são de reportagem da CNN. O "setor bancário paralelo" chinês é composto de empresas financeiras que oferecem serviços de empréstimo e investimento, mas não estão sujeitas às mesmas regulamentações que os bancos convencionais.
O ZEG escreveu aos investidores na quarta-feira, 22, revelando que estava "gravemente insolvente", de acordo com um relatório do veículo de notícias chinês estatal lanjinger.com, citando uma carta do banco. A Reuters publicou um relatório semelhante e disse ter visto a carta. A CNN não pode verificar a carta ou seu conteúdo, e o ZEG não respondeu a um pedido de comentário.
A empresa sediada em Pequim, que tem uma exposição significativa ao problemático setor imobiliário chinês, afirmou na carta que o volume de sua dívida era "enorme". Estimou suas responsabilidades totais em até 460 bilhões de yuan, cerca de US$ 65 bilhões, em comparação com ativos de 200 bilhões de yuan.
"Visto que os ativos do grupo estão concentrados em investimentos em dívida e patrimônio e têm uma longa duração, a cobrança é difícil, o valor recuperável esperado é baixo, a liquidez está esgotada e a deterioração dos ativos é grave", acrescentou o ZEG. O grupo é um dos maiores conglomerados privados da China, com operações em serviços financeiros, mineração e veículos elétricos.
O ZEG se desculpou por suas dificuldades financeiras na carta aos investidores e afirmou que, desde a morte de seu fundador em 2021 e as subsequentes renúncias de executivos seniores, enfrentou dificuldades com a gestão interna "ineficaz", segundo a reportagem da CNN.