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China: exportações saltam, mas importação sinaliza fraqueza

País registrou um superávit comercial recorde de US$ 60,6 bilhões no mês passado

8 mar 2015 - 14h37
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Exportações da China aumentaram
Foto: Getty Images

As exportações da China aceleraram nos dois primeiros meses de 2015, impulsionadas pelo desempenho excepcionalmente forte de fevereiro, que foi inflado pelo calendário do Ano Novo Lunar, enquanto um recuo nas importações apontou a persistente fraqueza da economia. Dados divulgados pela Administração Geral da Alfândega da China neste domingo mostraram que o país registrou um superávit comercial recorde de US$ 60,6 bilhões no mês passado.

As exportações subiram 15% durante o período de janeiro a fevereiro sobre um ano antes, acelerando ante o aumento anual de 6,1% em 2014, diante da melhora da demanda dos principais mercados.

Em fevereiro, as exportações saltaram 48,3% sobre um ano antes, o aumento mais forte desde maio de 2010, superando com folga as expectativas do mercado de um crescimento de 14,2%. Mas a autoridade alfandegária alertou sobre o impacto de efeito calendário no resultado.

A Administração Geral da Alfândega disse que os exportadores usualmente concentram embarques antes do longo feriado do Ano Novo Lunar. Neste ano, o ano novo caiu em 19 de fevereiro, enquanto em 2014 caiu em 31 de janeiro.

As exportações em janeiro caíram 3,3% ante igual período do ano passado. Os analistas tendem a olhar para os dados combinados dos dois meses para ajudar a suavizar as distorções causadas pelo feriado.

"Nós não esperamos que o forte aumento em fevereiro seja sustentado, já que a demanda global só pode se recuperar de forma constante", disse Nie Wen, economista da Hwabao Trust em Xangai.

As importações da China caíram 20,2% nos dois primeiros meses do ano sobre igual etapa do ano passado, sinalizando uma fraqueza persistente na segunda maior economia do mundo, o que pode exigir mais apoio de política, dizem analistas. As importações avançaram 0,4% em 2014.

"O declínio acentuado das importações destaca a fraca demanda doméstica. Por isso, esperamos que o governo adote mais medidas de política para estabilizar o crescimento econômico", disse Nie.

A queda de 20,5% das importações em fevereiro foi a mais acentuada desde a crise financeira global.

As importações têm sido mais fracas do que as exportações, destacando a necessidade do estímulo à demanda doméstica em meio a temores de deflação, conforme alguns investidores de curto prazo saem do país, o que é ilustrado pelas saídas de capital em meses recentes.

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