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China promete emitir mais dívida e reduzir taxas de juros no próximo ano

12 dez 2024 - 08h59
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A China prometeu nesta quinta-feira aumentar o déficit orçamentário, emitir mais dívidas e afrouxar a política monetária para manter uma taxa de crescimento econômico estável, enquanto se prepara para mais tensões comerciais com os Estados Unidos.

As declarações foram dadas em uma leitura da mídia estatal de uma reunião anual de definição de agenda dos principais líderes do país, conhecida como Conferência Central de Trabalho Econômico, realizada em 11 e 12 de dezembro.

A reunião deste ano ocorre em um momento em que a segunda maior economia do mundo está cambaleando devido a uma grave crise no mercado imobiliário, à dívida alta do governo local e à fraqueza da demanda interna. Suas exportações, um dos poucos pontos positivos, estão enfrentando a ameaça de tarifas mais altas dos EUA com o retorno de Donald Trump à Casa Branca.

"O impacto adverso causado pelas mudanças no ambiente externo se aprofundou", disse a mídia estatal após a conferência a portas fechadas.

As promessas combinam com o tom de uma das declarações mais "dovish" dos líderes do Partido Comunista em mais de uma década, que foi divulgada na segunda-feira após reunião do Politburo, o principal órgão de tomada de decisões.

O Politburo sinalizou que a China está pronta para implementar o estímulo necessário para combater o impacto de qualquer aumento de tarifas. As autoridades disseram que mudariam para uma postura de política monetária "adequadamente frouxa", alavancas fiscais "mais proativas" e intensificariam "ajustes anticíclicos não convencionais".

"É necessário implementar uma política fiscal mais ativa, aumentar o índice de déficit fiscal, aumentar a emissão de títulos especiais do Tesouro de prazo ultralongo e aumentar a emissão e o uso de títulos especiais do governo local", disse o resumo da conferência.

Os líderes também prometeram reduzir o compulsório e cortar as taxas de juros "de maneira oportuna".

Essa mudança nas mensagens mostra que a China está disposta a se endividar ainda mais, priorizando, pelo menos no curto prazo, o crescimento em detrimento dos riscos financeiros, disseram analistas.

Na conferência, Pequim estabelece metas para o crescimento econômico, o déficit orçamentário, a emissão de dívida e outras variáveis para o ano seguinte. As metas são acordadas na reunião, mas não serão divulgadas oficialmente até a reunião anual do Parlamento em março.

A Reuters informou no mês passado que assessores do governo recomendaram que Pequim deixe inalterada sua meta de crescimento de cerca de 5% no próximo ano.

A leitura da conferência disse que era "necessário manter um crescimento econômico estável", mas não mencionou um número específico.

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