Citi eleva Brasil a "marketweight" após acordo orçamentário dar impulso a agenda reformista
O Citi melhorou a recomendação para o Brasil em seu portfólio-modelo para "marketweight" (na média do mercado), depois de permanecer "underweight" (abaixo da média) desde outubro do ano passado, citando respiro do lado fiscal, redução de casos de Covid-19 e algum impulso para a agenda de reformas no Congresso.
Para Donato Guarino, estrategista para mercados emergentes do banco, o conjunto de notícias é positivo e deve amparar os spreads de dívida soberana do Brasil, que tiveram desempenho pior que os de outros países também com rating "BB".
Desde 1º de outubro de 2020, a dívida soberana brasileira teve perda de 18 pontos-base em relação ao índice ESBI, índice proprietário do Citi para bônus soberanos de mercados emergentes. No mesmo período, a desvalorização contra outros países "BB" foi de 84 pontos-base --atualmente, esse spread está em 30 pontos-base.
Os desafios no longo prazo, contudo, persistem, ponderou Guarino.
"Do ponto de vista fiscal, o país precisará de consolidação após o grande aumento de gastos com a pandemia. Nossos economistas ainda acreditam que os gastos públicos ultrapassarão o teto de gastos em 158 bilhões de reais (2% do PIB), estimativa pior que a de consenso", completou.