Clubes exclusivos e funcionários 24h: saiba mais sobre a rotina dos super-ricos de Nova York
Eles não são, necessariamente, bilionários - mas tem acesso a uma cidade com muito mais ‘regalias’
Uma nova classe de serviços privados, exclusivo para membros endinheirados, chama a atenção em Nova York, nos Estados Unidos. O público não é necessariamente formado por bilionários, mas por quem tem dinheiro suficiente para curtir uma 'cidade paralela', com muito mais luxo e regalias.
Segundo levantamentos do jornal The New York Times, os super-ricos de Nova York têm buscado cada vez mais por clubes exclusivos, funcionários disponíveis 24 horas por dia e, até mesmo, têm dado lances de centenas de dólares por reservas em horários nobres dos reconhecidos como os melhores restaurantes da cidade.
Ajuda doméstica o dia todo
Ao jornal norte-americano, April Berube, que dirige a Wellington Agency, explicou que a demanda por ajuda doméstica 24 horas por dia tem crescido desde 2020 entre as famílias ricas de Nova York.
Segundo April, o preço atual de uma governanta é de cerca de US$ 45 (cerca de R$ 218) por hora, acima dos US$ 30 (cerca de R$ 145) pré-pandemia. Além disso, é esperado que as famílias ofereçam seguro saúde e outros benefícios. Fazendo a conta desse valor multiplicado por 24 horas, o valor ultrapassa R$ 5,2 mil por dia. Por mês, esse salário pode somar mais de R$ 156 mil.
Para gerenciar estes trabalhadores, normalmente distribuídos em equipes em diversas residências de super-ricos, há famílias que contratam um administrador imobiliário. Um profissional experiente na área pode ganhar até US$ 350 mil ao ano - R$ 1,6 milhão, pela cotação atual.
No caso das babás, há pedidos frequentes por grupos de duas ou três babás rotativas, que podem passar de quatro a sete dias morando com a família antes de passar o trabalho à próxima profissional. Nesta função, normalmente, se ganha cerca de US$ 120 mil por ano - R$ 528 mil.
Chefs de cozinha privados também são comuns, com cargos podendo gerar salários de cerca de US$ 150 mil ao ano para o profissional cuidar do almoço e jantar - o equivalente a R$ 727 mil.
Entre funções específicas, também há as de lavanderia - com lavadeiras experientes levando em torno de US$ 50 por hora (R$ 242) para passar roupas.
Clubes exclusivos
A adesão ao Remedy Place, que se autodenomina “o primeiro clube de bem-estar social do mundo”, pode custar até US$ 2.750 por mês (cerca de R$ 13.345). O pacote inclui acesso ilimitado à “câmara de oxigênio hiperbárica, traje de compressão linfática, aulas de respiração em banho de gelo e crioterapia”.
Já o clube Zero Bond em NoHo, frequentado pelo prefeito de Nova York Eric Adams, cobra US$ 3.850 por ano (R$ 18.683), além de uma taxa de iniciação de US$ 1.000 (R$ 4.852) para associações “gerais” de pessoas de 28 a 45 anos.
Entre eles, o Aman é conhecido como o mais caro da cidade. Ele foi inaugurado em 2022 e exige uma taxa de iniciação de US$ 200 mil (R$ 970 mil), assim como US$ 15 mil (R$ 72 mil) em anuidades.
Reservas luxuosas
Há também quem queira mais discrição e evite até mesmo os clubes privados para comer e beber em público - mas conseguir reservas nos restaurantes mais procurados da cidade custam caro. É comum que super-ricos nova-iorquinos façam lances para reservas em sites como Appointment Trader e Cita Marketplace.
Ainda segundo o The New York Times, uma oferta recente para dois ingressos no horário nobre de terça-feira no Carbone - um dos restaurantes mais conceituados da cidade - estava em torno de US$ 450 (aproximadamente R$ 2.183). Lembrando que esses valores da reserva não incluem o custo da refeição em si. Para responder a essa demanda, os donos desse restaurante estão iniciando um clube exclusivo para membros por US$ 10 mil em taxas anuais (R$ 48 mil).