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Perla Amabile

O que é Metaverso e o que o seu negócio tem a ver com isso?

Entenda como esse movimento pode ser explorado no presente e no futuro, independente do segmento do seu negócio, para abrir novas fronteiras

5 dez 2022 - 06h00
(atualizado em 12/1/2023 às 06h41)
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Recentemente, após a mudança de nome do Facebook para Meta, o termo “metaverso” começou a se tornar popular e perguntas sobre o que é esse novo mundo estão cada vez mais presentes na cabeça de quem pilota negócios ou navega no mundo digital.

Centenas de empresas já estão se reinventando e investindo em tecnologias e formas de se fazerem presentes nesse meio, como a Meta, Itaú, Nike, Gucci, Microsoft, Disney e entre outras. 

Mas, se você atua em um pequeno negócio e acha que isso está distante da sua realidade, está na hora de rever seus conceitos, começando a entender como antecipar esse "futuro do presente" e aproveitar oportunidades de crescimento, expansão e inovação para potencializar seus ganhos.

Mas, afinal, o que é Metaverso e o que você precisa considerar para explorar novas oportunidades?

O termo "metaverso" originou-se no romance de ficção científica de 1992, Snow Crash, como uma junção de "meta" e "universo". É uma forma de expressar a multidimensionalidade desse conceito, já que conecta ambientes físicos e digitais, construindo um mundo paralelo, a partir desses dois ambientes interconectados, facilitado por tecnologias como headsets de realidade virtual (VR) e realidade aumentada (AR). 

De forma mais direta, metaverso é uma rede de mundos virtuais 3D focados em gerar conexão social e imersões interativas, a partir de ambientes realistas onde, por exemplo, por meio de avatares customizados, as pessoas podem consumir produtos, serviços e interagir entre si e com o ambiente.

Apesar do conceito de metaverso ter surgido bem depois, a plataforma Second Life (um mundo virtual de 2003) é frequentemente descrita como o primeiro metaverso, pois incorporou muitos aspectos de um mundo tridimensional, já que o usuário foi representado por um avatar, interagindo com outros usuários numa rede social.

Inclusive, por curiosidade, em uma entrevista recente, o criador do Second Life, Philip Rosedale, descreveu o metaverso como uma "internet tridimensional que é preenchida com pessoas vivas". Adorei essa explicação, porque é bem simples para qualquer um entender.

Entenda como esse movimento pode ser explorado no presente e no futuro, independente do segmento do seu negócio, para abrir novas fronteiras
Entenda como esse movimento pode ser explorado no presente e no futuro, independente do segmento do seu negócio, para abrir novas fronteiras
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A evolução da internet impulsionará o metaverso, que ainda é um nicho distante para muitos

O metaverso ainda não existe totalmente, mas algumas plataformas possuem elementos próximos ao que será um dia um verdadeiro metaverso. Atualmente, são os videogames e jogos que oferecem a experiência mais próxima desse conceito. 

Mas, nessa nova Era da internet (a Web 3.0), impulsionada por uma demanda da Lei de Proteção de Dados (LPG), os recursos de inteligência artificial, machine learning e blockchain serão integrados para garantir a experiência ideal e mais segurança às pessoas, o que gera uma necessidade de descentralização de uma rede peer-to-peer (sistema para compartilhamento de arquivos, documentos e informações sem a necessidade de um servidor central, utilizando blockchain para gerar segurança de informação). 

E daí? Ao construir uma comunicação humano-tecnologia mais natural e segura haverá uma proliferação do metaverso, já que essa nova economia é justamente uma relação mais avançada entre as realidades físicas e virtuais.

O metaverso permitirá que os usuários trabalhem, se encontrem, joguem, comprem e socializem em ambientes 3D

Por isso, o quanto antes, os negócios precisam construir mais do que uma base de clientes, mas comunidades engajadas, preparadas para interagir entre si e com a marca, em diferentes ambientes e formatos transacionais num futuro bem próximo.

O mundo dos games já vive essa realidade, construindo comunidades globais imensas, faturando muitos bilhões a partir da venda de acessórios virtuais e incrementos para os jogadores viverem experiências multidimensionais, com uso de criptomoedas também.

Mas como o metaverso vira negócio desde já, uma vez que ainda não existe de forma completa?

Um exemplo de como é possível surfar essa onda usando a criatividade é partir da história de duas jovens: Manuela Bafini, que teve recentemente seu nome vinculado à lista de empreendedores do ano pela Entrepreneur Magazine ao lado de Carolin Vitti, que possui 4 indicações ao Under 30 Forbes.

Elas viram no metaverso uma oportunidade de trazer experiências inovadoras para gerar negócios, criando o Access Code World, que se considera "o futuro da música eletrônica dentro do Metaverso" por ser o primeiro Club de Música Eletrônica nesse conceito. 

O Club ganhou vida recentemente, em fevereiro de 2022, mas em pouco tempo já virou destaque pela vasta ascensão. Com mais de 38 lotes dentro do metaverso The Sandbox Game, é uma das empresas que mais possui terreno em larga escala nesse universo metaverso.

O terreno onde o Access Code World se instalou é considerado um dos metros quadrados mais caros dentro do The Sandbox Game. Os lotes têm como vizinhança marcas famosas como Samgung, NIKE, Gucci e filiais da famosa corretora de criptomoedas, a Binance.

Manuela Bafini e Carolin Vitti - fundadoras do Acess Code World
Manuela Bafini e Carolin Vitti - fundadoras do Acess Code World
Foto: Divulgação

Calma, vou explicar o que é The Sandbox Game, caso você não conheça 

É uma plataforma baseada em blockchain e tem uma relação próxima com a ideia de transações financeiras descentralizadas e com a construção de um metaverso. Em resumo, é um jogo que permite aos jogadores a construção de vidas digitais, por meio de avatares, para que sejam realizadas ações e atividades dentro desse universo, que é imenso e contém diversas experiências imersivas. Muitas marcas compram lotes nesse mundo paralelo para gerar brand experience.

Foi dentro desse ambiente que as jovens empresárias criaram o Access Code World. Inclusive, recentemente anunciaram as primeiras atrações, contando com DJs de sucesso como Armin Van Buuren, David Guetta, Rezz, e os brasileiros Alok, Vintage Culture, Liu e Carola. Esses são apenas os primeiros artistas usados como inspiração para a primeira coleção de NFTs do Club.

Calma, vamos fazer uma breve pausa para entender o que é NFT.

NFT é uma sigla "non-fungible token" (ou tokens não fungíveis em português). São representações digitais únicas de qualquer coisa, tangível ou não tangível, registrada na blockchain, o que pode ser, por exemplo, uma obra de arte famosa, uma música ou até um tuíte. Os NFTs são insubstituíveis, fazendo com que qualquer coisa seja única. 

Cada NFT da coleção Access Code World está à venda na plataforma da OpenSea, no equivalente ao valor de 15 dólares, que servirão como ticket de participação para o show de lançamento do Club no metaverso, trazendo nomes da Tomorrowland, Ultra Music e pioneiros da música eletrônica mundial.

Para você ter uma leve ideia de potencial de negócio, até agora o Access Code World declarou um patrimônio de 3,5 milhões, que poderá ser atualizado após as vendas de NFTs. 

Imagino que você esteja pensando agora: nossa, essa realidade está muito futurista para mim. 

Mas essas duas jovens, com menos de 30 anos, usaram sua criatividade para explorar um mundo que ainda é totalmente inexplorado para construir sua fortuna. É um mar de oportunidade para quem souber usar o seu potencial. Realmente não é para qualquer um. Tem que entender esse mundo.

Como você pode usar essa inspiração para o seu negócio? 

Comece pensando em como expandir a sua experiência física, caso você atue com lojas físicas. Quem sabe usando tecnologias como VR ou VA para experiências imersivas ou para explorar produtos, por exemplo. 

Você pode pensar nas NFTs para vender itens intangíveis, se você for um artista plástico ou uma marca com produtos exclusivos assinados por influencers e celebridades, customizados para seus clientes, por exemplo. Ou mesmo, simplesmente aderir ao conceito de tokenização para compras mais seguras.  

Talvez você possa imaginar como participar desses jogos metaversos, como o The SandBox - assim como a história que eu contei aqui, criando negócios virtuais.

Mas, independente dessas ideias mirabolantes serem ainda difíceis de implementar em curto prazo, construir uma comunidade engajada é o primeiro passo para se preparar para um mundo novo que, cada dia mais, exige uma aproximação com clientes num outro nível. 

Parece futurista, mas já é uma realidade que está aí, para quem quiser experimentar e protagonizar nessa nova economia: digital, colaborativa, criativa e absolutamente humana.

Para mais insights, siga-me no Instagram @perla_amabile

Fonte: Perla Amabile Estrategista de negócios, pesquisadora, especialista em neurociência, consumo e tomada de decisão, Perla Amabile atua como diretora de Estratégia & Insights há mais de 20 anos. Hoje é professora de MBAs e pós-graduações em escolas de negócios. Entusiasta de insights humanos para inovação de negócios e estratégias de branding, ajuda marcas a aumentarem seu valor na mente e no coração das pessoas.
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