Com provocação a SP, Eduardo Paes sanciona projeto de criação de bolsa de valores carioca
Prefeito brincou com o sotaque paulista e com o 'lifestyle' de quem trabalha na Faria Lima, avenida onde se concentra o mercado financeiro
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O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), sancionou, na quarta-feira, 3, o projeto que cria a nova bolsa de valores carioca, com previsão para começar a operar no segundo semestre de 2025. Na cerimônia de anúncio, Paes aproveitou para fazer provocações à cidade de São Paulo, onde está sediada a única bolsa de valores brasileira, a B3.
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"Se o sujeito consegue fazer isso jogando beach tennis de manhã, pegando uma bike, subir a Vista Chinesa e depois trabalhar, isto não é trivial na vida das pessoas. As pessoas querem produzir e ganhar dinheiro, mas buscam qualidade de vida. Um lugar que faça bem a elas, o Rio tem potencial fantástico, uma realidade fantástica", disse o prefeito, que ainda imitou o sotaque paulista em um vídeo de anúncio da novidade.
Virei paulista Faralimer Meu! SQN!
A BOLSA DE VALORES DO RIO TÁ CHEGANDO, MEU!
Alô condado, @FariaLimaElevat @Arthuritofaria1 e @Ofaustocarvalho , chega aí que aqui o beach tennis é na praia de verdade!
Agradeço ao presidente @CarloCaiado e vereadores da @camarario que… pic.twitter.com/Q1dzVdOILj
— Eduardo Paes (@eduardopaes) July 3, 2024
Ao defender o porquê do Rio sediar uma bolsa de valores, Paes destacou os setores presentes na cidade e disse que é preciso ser feita uma concorrência com São Paulo.
"O Rio tem uma parte importante da força econômica do Brasil: a Vale está aqui, a Globo tá aqui, a teledramaturgia da Record está no Rio. Mas, onde está o setor produtivo? A gente tem um monte de coisas interessantes acontecendo no setor privado do Rio, mas a gente não consegue levantar essa turma. A volta da bolsa de valores é a ponta do iceberg", afirmou.
Esta não é a primeira bolsa em terras cariocas. Há pouco mais de 20 anos, foi encerrada as operações da Bolsa de Valores do Rio de Janeiro, após a transferência das negociações para a B3.
Com a nova bolsa, aprovada no âmbito do Projeto de Lei 3276/2024, cai para 2% o Imposto sobre Serviços de Qualquer Natureza (ISS) que incide sobre as atividades a serem desempenhadas por uma bolsa de valores, mercadorias e futuros, bem como sobre as atividades exercidas por sociedades que atuam na negociação, liquidação e custódia de ativos financeiros.
Segundo o secretário municipal de Desenvolvimento Urbano e Econômico, Chicão Bulhões, o setor financeiro é o quarto maior pagador de ISS do município. "São quase 70 mil pessoas trabalhando no setor, que com a bolsa, vai ganhar nova dimensão. Atraindo mais investidores para cá", disse.
De acordo com o estudo Setor Financeiro do Rio, feito por secretarias municipais, o Rio possui mais de 4 mil fundos, o que representa 17,6% do total do Brasil. Em termos de patrimônio gerido, reúne R$ 2,2 trilhões sob gestão, o que representa 34% dos valores investidos no país, reunindo 22,6% dos cotistas, com 1,1 milhão de investidores, e 20,4% das assets.
