Comércio entre Brasil e EUA bate recorde para o período do primeiro trimestre
Os EUA são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, atrás apenas da China; no 1° tri de 2025, o País importou mais do que exportou
No 1° trimestre de 2025, o comércio entre Brasil e EUA bateu recorde de US$ 20 bilhões, com aumento nas importações brasileiras e queda nas exportações, elevando o déficit para US$ 0,7 bilhões.
O comércio bilateral entre Brasil e Estados Unidos somou US$ 20 bilhões (cerca de R$ 116,9, bilhões) entre janeiro e março deste ano, atingindo o maior valor já registrado para o período. O dado faz parte do Monitor do Comércio Brasil-EUA, divulgado pela Câmara Americana de Comércio para o Brasil (Amcham), nesta segunda-feira, 14.
Com isso, o a corrente bilateral de comércio do primeiro trimestre de 2025 entre Brasil e Estados Unidos registrou um recorde. Houve um aumento de 6,6%, ou seja US$ 1,2 bilhão (aproximadamente R$ 7 milhões) a mais transacionado entre as nações, em comparação com o mesmo período de 2024.
Os Estados Unidos seguem como segundo maior parceiro comercial do Brasil em bens, atrás apenas da China. Mais uma vez, o País importou mais do que exportou para os EUA. As importações totalizaram US$ 10,3 bilhões, o que representa um forte aumento de 14,7% frente o primeiro trimestre do ano passado. O crescimento, segundo o estudo, foi maior do que o das compras totais feitas pelo Brasil com o mundo, com parceiros da União Europeia e com o Mercosul.
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Já com relação às exportações do Brasil para os EUA, o volume monetário caiu 0,8%, totalizando US$ 9,7 bilhões transacionados. O desempenho foi similar ao das exportações brasileiras para o mundo, que apresentaram uma queda de 0,5%, mas menos acentuada que a queda para a China (-13,4%). Para a União Europeia e Mercosul houve expansão forte nas vendas no trimestre, de 16,6% e 36,3% respectivamente.
O levantamento, no entanto, faz um alerta com foco nas tarifas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que afetam o Brasil. As exportações brasileiras em geral estão sobre uma sobretaxa de 10%, enquanto aço, alumínio e autopeças sofrem ainda com tarifas de 25%. Para o estudo, a taxação "cria um ambiente de incerteza para o comércio bilateral ao longo de 2025".
"A possibilidade de novas restrições setoriais, somada às negociações em curso entre os EUA e seus principais parceiros comerciais, adiciona complexidade ao cenário e eleva o grau de imprevisibilidade no comércio bilateral", afirma o documento.
No histórico da balança comercial entre os dois países, apenas no primeiro semestre de 2024 o Brasil exportou mais do que importou dos EUA. Considerando o valor importado e exportado, no primeiro semestre deste ano, houve um déficit de cerca de US$ 0,7 bilhões para o Brasil.