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Como as empresas te espiam pela internet para te mandar anúncios - e o que fazer para evitar isso

28 fev 2017 - 09h58
(atualizado às 12h50)
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Segundo especialistas, pesquisas revelam que '70% dos usuários da rede estão dispostos a receber publicidade e informação pensadas especificamente para eles'
Segundo especialistas, pesquisas revelam que '70% dos usuários da rede estão dispostos a receber publicidade e informação pensadas especificamente para eles'
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Há poucos dias, comprei um bilhete de avião pela internet. Pouco depois, quando entrei na minha conta no Facebook, fiquei surpresa ao notar que a rede social me mostrava anúncios sobre o lugar para onde viajaria.

E não foi só isso. O YouTube também me sugeriu vários vídeos sobre meu destino de férias.

Quando reservei hospedagem através de uma página na web, recebi um anúncio na minha conta do Gmail com promoções exclusivas para esta mesma viagem.

Vivemos em um mundo da publicidade à la carte e das campanhas onlinede pagamentos por cliques. E empresas sabem como tirar proveito disso.

"Os consumidores respondem positivamente aos anúncios personalizados", afirma o blog especializado Puro Marketing.

Especialistas ainda citam uma pesquisa da consultoria Sociomatic Lab mostrando que "70% dos usuários da rede estão dispostos a receber publicidade e informação pensadas especificamente para eles".

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"É importante conhecer o cliente e saber qual é seu comportamento de compra online", explicam.

Como fazer isto?

"Muitas organizações usam campanhas de marketing dirigido em sites como Google AdWords", afirma à BBC Mundo Stephanie Perry, da companhia de segurança informática PGI Cyber, com base no Reino Unido.

"Este tipo de plataforma compara perfis de comportamento (dos internautas) que as empresas podem usar para dirigir sua publicidade a uma audiência numa área geográfica", explica.

"Estes dados são coletados de muitas maneiras, entre elas, pelos dados de buscas (na internet) e do clickstream (das páginas visitadas), recolhidos por cookies que a pessoa precisa aceitar".

Plataformas como GoogleAdWords comparam perfis de comportamento (dos internautas) que as empresas podem usar para dirigir sua publicidade a uma audiência numa área geográfica
Plataformas como GoogleAdWords comparam perfis de comportamento (dos internautas) que as empresas podem usar para dirigir sua publicidade a uma audiência numa área geográfica
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Outros exemplos, acrescenta, são as lojas online e outros sites que armazenam um registro do que você compra na internet.

"A Amazon usa o mecanismo para mostrar outros produtos que podem te interessar, e sites como o YouTube te mostram vídeos com base nas suas preferências".

Além disso, redes sociais como o Facebook "têm todas as informações que você inclui no seu perfil", diz Perry. "Desde as coisas que você gosta até os grupos dos quais é membro, sua localização geográfica e os anúncios ou páginas web que clicou".

O poder do saber

Para alguns usuários, isto não é um problema.

"Quero que me rastreiem e mostrem a publicidade que me interessa nas páginas que visito", diz Carlos Roberto, do blog tecnológico Genbeta.

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Roberto diz que a publicidade personalizada melhora sua experiência de navegação e que o faz descobrir páginas e serviços interessantes.

Apesar disto, reconhece o jornalista, muita gente "não está consciente de que isto ocorra".

Cada vez que alguém compra algo na internet, está fornecendo dados a empresas e plataformas digitais
Cada vez que alguém compra algo na internet, está fornecendo dados a empresas e plataformas digitais
Foto: Getty Images / BBC News Brasil

Perry concorda: "Os usuários devem saber quais dados estão disponibilizando quando se registram numa rede social e em lojas online; verificar os pedidos de configurações de privacidade; e modificá-los para garantir que recebam os dados que querem".

Ela lembra que, para estarem protegidos, é fundamental que se use "senhas fortes".

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A especialista recomenda apenas conexões na internet com pessoas em quem você confia e que esteja ciente das informações que compartilha com elas.

Também aconselha "ter cuidado com os links que você clica", pois quanto mais o fizer, mais informação terão as marcas sobre nossos hábitos de compra.

Apesar disto, se queremos estar ativos na internet, diz Perry, temos que aceitar que uma das condições é que nossos dados serão usados para publicidade.

Provavelmente, a próxima vez que eu comprar um bilhete de avião, será pela internet.

Ainda que, pelo menos desta vez, estarei consciente de quais dados estou compartilhando. E, quando entrar na minha página do Facebook ou YouTube, não ficarei supresa ao ver ofertas de voos, promoções turísticas e pacotes de férias.

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Talvez até reserve um deles. Afinal, a publicidade à la carte também tem seu lado positivo.

"A chave é estabelecer o equilíbrio entre participar da web e manter nossa privacidade e segurança de dados", disse Perry.

Este último talvez seja mais complicado do que reservar um voo pela internet.

Alguns conselho úteis:

Se quiser ter um pouco mais de privacidade quando navegar pela rede, pode seguir os seguintes passos:

  • Limpar seu histórico e ativar a navegação privada. Seu histórico de navegação guarda todas as páginas que visitou, mas você pode apagá-lo nas opções de configuração do seu navegador. Você também pode ativar a navegação privada para usar a internet incógnito.
  • Apagar os cookies e não aceitar cookies de terceiros. Outra medida eficiente está na opção "apagar dados de navegação" para apagar cookies, que são arquivos que reúnem informações sobre você.
  • Desativar a localização. Para evitar que as páginas web saibam onde está, você pode desativar a geolocalização dentro das opções avançadas de seu navegador.
  • Controlar quem te segue ou bloqueá-lo. Existem ferramentas como Ghostery, Disconnect ou Do Not Track Me para evitar que te sigam na internet.
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