Como construir soluções tecnológicas sem abrir mão da segurança
É fundamental que as instituições financeiras estejam abertas a esse novo olhar mais inovador sobre as operações
O cartão ganhou popularidade pela facilidade e segurança, mas ele ainda é alvo de muitas fraudes que acontecem no cotidiano, especialmente como avanço das transações online pelo mobile banking.
No Brasil, mais de 12 milhões de pessoas caíram no golpe do cartão clonado, apenas no ano de 2019, segundo pesquisa feita pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e o Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil). Entre todas as fraudes digitais registradas em 2022, cartão de crédito ou débito clonado representam 25%.
Segundo o Código de Defesa do Consumidor, as instituições financeiras são responsáveis pela segurança do usuário e, em tempos de digitalização acelerada, essas entidades precisam aumentar o investimento em prevenção para evitar prejuízos.
O primeiro passo para evitar esses golpes é promover campanhas de conscientização sobre o uso adequado dos recursos virtuais para operações financeiras. A informação sobre como se prevenir pode ser fundamental para diminuir a ocorrência de fraudes.
Algumas dicas básicas podem ajudar, como se certificar quais são os canais de contato oficiais da instituição e focar todas as comunicações por lá, além de tomar cuidado com ligações ou links suspeitos, que tentam se passar pela instituição para ter acesso aos dados pessoais do usuário.
O uso da inovação
Outro ponto essencial nessa corrida por proteção bancária é o uso da inovação. A tecnologia vem se tornando uma aliada cada vez mais importante para blindar os clientes de golpes e afastar criminosos.
Soluções baseadas em Inteligência Artificial, por exemplo, podem trazer insights sobre relações, tendências e padrões que indiquem determinados comportamentos. Com essas análises, fica mais fácil identificar possibilidades de fraudes e evitar que elas se concretizem.
Hoje, existem diversas soluções que apoiam as organizações em toda sua jornada, como Banking as a Service, por exemplo. O serviço inclui diversas ofertas e uma leitura completa das necessidades e demandas dos usuários, gerando relatórios mais inteligentes para apoiar a tomada de decisão e, no caso de ampliar a proteção, mais assertividade nesse controle.
Além disso, as soluções de BaaS possuem um onboarding robusto no processo de abertura de contas, com diversas camadas de autenticação de identidade, que garantem mais segurança contra fraudes.
Cabe às empresas e instituições aproveitarem as plataformas de tecnologia como aliadas na construção de soluções financeiras tecnológicas e seguras.
É fundamental que as instituições financeiras estejam abertas a esse novo olhar mais inovador sobre as operações e, assim, estimular o uso de estratégias mais fortes e dinâmicas contra um cenário de ameaças virtuais crescentes e que vão se atualizando no mesmo ritmo das inovações.
(*) Marilyn Hahn é cofundadora e CRO do Bankly, plataforma de Banking as a Service com sua própria licença bancária.