Como escolher o tipo de cobertura ideal do plano de saúde?
Especialista alerta para alguns pontos de atenção para evitar dores de cabeças futuras
O plano de saúde sempre foi uma das prioridades no orçamento do brasileiro, afinal, o atendimento ruim do SUS faz o cidadão buscar uma proteção maior ara a família. Estudo do Instituto de Estudos de Saúde Suplementar (IESS) revela que a pandemia fez com que o plano de saúde se consolidasse como o terceiro item dentro da lista de prioridade entre os brasileiros, ficando atrás apenas da casa própria e da educação.
Diante desse quadro, escolher um bom plano de saúde também levanta diversas questões que precisam ser respondidas antes de assinar um contrato. Mas, afinal, como escolher o melhor plano de saúde para sua família?
Antes de mais nada, é preciso estar atento para os diferentes tipos de cobertura existentes nos planos de saúde.
“O primeiro ponto de atenção é saber que quando falamos sobre cobertura do plano de saúde, nos referimos à segmentação assistencial, que funciona como uma espécie de divisão de serviços. Atualmente, o mercado trabalha com três tipos de cobertura: ambulatorial, hospitalar e completo. Dessa forma, é preciso, antes de tudo, entender a diferença de cada uma delas”, diz o dr. Marcus Vinicius Gimenes, cirurgião cardíaco e CEO da Cuidar.me, healthtech especializada em planos de saúde mais baratos.
Plano ambulatorial
“No plano ambulatorial o beneficiário garante a cobertura a consultas em clínicas e consultórios, exames, terapias e outros procedimentos ambulatoriais (curativos, retirada de pontos, pequenas cirurgias, primeiros-socorros), ou seja, que não precisem de uma estrutura hospitalar. Além disso, o cliente tem direito aos atendimentos de emergência durante as primeiras 12 horas. Após esse período, a cobertura hospitalar fica sob responsabilidade do segurado”, diz Marcus Vinicius.
Plano hospitalar
Aqui já há uma cobertura para situações urgentes, quando se faz necessário ter uma cobertura assistencial.
“Podemos citar ocasiões de urgência como: internação com número ilimitado de dias, inclusive na UTI; cirurgias eletivas e emergenciais; e procedimentos como quimioterapia, radioterapia e transfusões. Vale ressaltar ainda que a opção pelo plano hospitalar ainda traz a possibilidade de contar com a assistência obstétrica, além da internação e o parto em si. O recém-nascido também tem direito à cobertura do plano por até 30 dias após o nascimento, garantindo mais segurança tanto para o pós-natal quanto para a saúde e segurança do bebê”, diz o médico.
Plano completo
É o que oferece uma cobertura total, tanto ambulatorial quanto hospitalar e, em alguns casos, obstétrica. Obviamente, esse é o plano mais caro de todos.
Como escolher a cobertura ideal?
O primeiro passo é avaliar de maneira detalhada a opção que se encaixa melhor com as necessidades do beneficiário e de sua família.
“Quando uma pessoa busca por um plano de saúde, a principal preocupação deve passar pela rede credenciada, que inclui as clínicas, laboratórios e os hospitais. Até porque, é o prestador de serviço de saúde que vai fazer o atendimento efetivo no momento de necessidade. Nesse sentido, é imprescindível que o beneficiário procure identificar quais são as unidades que estarão disponíveis no plano e buscar referências para garantir um suporte ideal quando for necessário”, diz o especialista.
Também é preciso estar atento à área de abrangência do plano. Por exemplo, se o cliente não possui o costume de viajar pelo País, não vale a pena escolher um com abrangência nacional. Um plano com abrangência regional se encaixa melhor nesse tipo de caso e custa bem menos.
Tem que pensar também nas acomodações
Se você precisou acionar o plano de saúde, então nada mais justo do que pensar também em seu bem-estar na hora da necessidade.
“A acomodação que será disponibilizada na necessidade de uma internação é um fator relevante no processo de decisão. Para quem busca maior privacidade e o direito a um acompanhante durante a internação é ideal buscar por planos de apartamento ― diferentemente da enfermaria, onde o paciente divide o espaço com outras pessoas”, diz Marcus Vinicius.
Observando cada uma dessas opções, você entende qual a sua necessidade particular. Daí em diante, a questão é encaixar as necessidades com os valores que você se propõe a gastar mensalmente com o plano escolhido.
“Ninguém gosta de antever a possibilidade de precisar passar por cirurgias ou um atendimento de emergência. No entanto, é justamente nesse tipo de situação que lembramos a importância de contar com um plano de saúde capaz de atender todas as nossas expectativas. Ou seja, somente fazendo esse processo de uma maneira assertiva, conseguimos evitar dores de cabeças futuras e, assim, garantir a melhor proteção possível”, finaliza o médico.