Como investir com menos de R$ 100 por mês? Veja melhores opções
Os pequenos investidores agora têm várias opções de investimento com aporte menor que R$ 100, mas escolher onde investir é mais difícil.
Antigamente os pequenos investidores não tinham muitas opções acessíveis. Hoje, em compensação, são diversas opções com aporte menor do que R$ 100, o que torna mais difícil escolher como investir. A especialista Anna Luisa Carvalho explica quais são as principais opções e como escolher de acordo com o seu perfil e objetivos.
Quais as opções de investimento para quem tem menos de R$ 100 por mês?
Na Renda Fixa, há CDBs, LCIs, LCAs e títulos do Tesouro Direto - com exceção do Tesouro Selic, que tem mínimo atual em torno de R$ 150. Na Renda Variável, há ações, ETFs como dos índices da bolsa brasileira, o Ibovespa, e de outros mercados, como o norte-americano S&P 500. Há ainda opções de criptoativos e Fundos Imobiliários, além de vários fundos de investimentos abertos.
Porém, o valor mínimo é apenas mais um critério a observar na hora de escolher o investimento: outros fatores essenciais são o grau de risco, a liquidez e a rentabilidade do ativo.
Como escolher entre as opções disponíveis?
De acordo com Carvalho, o primeiro passo é entender que há um equilíbrio entre três pilares – risco, liquidez (a rapidez com que se pode resgatar) e rentabilidade. A especialista alerta ainda o cuidado com promessas boas demais: “Se um investimento promete baixo risco, alta liquidez e muita rentabilidade, corre porque é golpe”.
Quanto maior a segurança e a liquidez de um investimento, menor a rentabilidade. Se a rentabilidade é alta, ou o ativo tem baixa liquidez ou alto risco (ou ambos). Como isso funciona na prática: por exemplo, para quem quer investir para a reserva de emergência, que pode ser utilizada no curto prazo, a liquidez é a característica mais importante.
Nesse caso, os títulos de renda fixa são os mais indicados. Já no longo prazo os ativos com mais risco podem ser interessantes, pois ao longo do tempo a volatilidade tende a ser diluída.
A escolha do investimento depende mais do valor disponível ou do perfil do investidor?
A escolha do investimento depende principalmente da combinação entre o perfil de investidor – conservador, moderado ou arrojado – e o objetivo financeiro. Um investidor arrojado pode estar começando a juntar dinheiro e, nesse caso, ele precisa, primeiro, montar sua reserva de emergência, que é um objetivo conservador.
Já uma pessoa de perfil conservador que tenha um patrimônio grande e queira investir para sua aposentadoria daqui a 20 anos, deve expor uma parte – ainda que pequena – a riscos maiores.
“A partir do momento em que se define o grau de risco que o investidor aceita, a liquidez que ele precisa e a rentabilidade que ele deseja, aí se faz o filtro dos ativos que têm o valor mínimo compatível com o dinheiro que será aplicado”, explicou Anna Luisa Carvalho.
Quais classes de ativos de investimentos alocar para cada tipo de reserva ou objetivo?
Se for a Reserva de Emergência, escolha investimentos de baixo risco e alta liquidez, como fundos de investimento Simples com prazo de resgate D+0 (o dinheiro cai na conta no mesmo dia) ou um CDB atrelado à taxa DI com rendimento 100% do CDI e liquidez diária.
Já se o objetivo é comprar um carro ou viajar pelo Brasil, é importante buscar proteção contra a inflação, através de títulos como Tesouro IPCA+ ou CDB, LCI e LCA atrelados ao IPCA e com vencimento próximo ao período em que for usar o dinheiro.
Numa viagem ao exterior, é recomendável que parte do dinheiro fique atrelado ao dólar em um fundo cambial, por exemplo. Isso gera proteção cambial: se o dólar subir, sua viagem sai mais cara, mas seu dinheiro ganha com a valorização; se a moeda cair, você terá prejuízo no investimento, mas em compensação a viagem custará menos.
Já para objetivos de longo prazo, como aposentadoria, o ideal é montar uma carteira estratégica, com diversas classes de ativos e preparada para enfrentar vários cenários, como crise econômica, aumento da inflação ou as desejadas altas da bolsa de valores. Como regra geral, é possível tomar mais risco e abrir mão de liquidez para ter mais rentabilidade. Então fundos de investimentos de crédito privado, de debêntures, multimercados e ETFs com potencial de valorização são opções.
Quem busca renda passiva encontra alternativas como fundos imobiliários, fundos de infraestrutura e alguns títulos do Tesouro Direto que pagam rendimento periodicamente. Lembrando que vale sempre comparar opções no mercado e também buscar a ajuda de um profissional habilitado para formação de uma carteira de investimentos.
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(*) Mariana Rodrigues é jornalista com especialização em economia.