Como montar sua empresa nos EUA: dicas do especialista
Com o número crescente de brasileiros querendo se mudar após a eleição presidencial, cresce também a abertura de novos empreendimentos
Segundo empresas especializadas em processos imigratórios, após a eleição presidencial de 2022 explodiu o número de pessoas que querem viver, trabalhar ou montar seu engócio nos Estados Unidos.
Mas o movimento de brasileiros que abrem empresa nos EUA vem crescendo desde a pandemia, com 4,5 milhões de empresas abertas naquele país em 2021. No entanto, o brasileiro que deseja empreender por lá precisa ter em mente que abrir empresa nos EUA não significa passe livre para morar lá.
“É preciso considerar este processo com inteligência e realizar um bom planejamento para evitar dores de cabeça e minimizar as frustrações”, diz Ariel Yaari, da Mignone Law Firm, empresa de brasileiros com sede nos EUA. “O Brasil é o segundo no ranking de países que mais exportam serviços, de acordo com dados da Organização Mundial do Comércio, o que mostra a força do empreendedorismo brasileiro.”
Particularidades que precisam ser consideradas
Yaari revela que muitas vezes a cidade, o condado e o estado que sediará a empresa poderá requisitar licenças específicas para o ramo do negócio. Já em outros casos, apenas uma espécie de alvará, emitido pela cidade já é o suficiente.
De acordo com o especialista, é fundamental desenvolver um estudo detalhado sobre o mercado para definir o plano de ação inicial.
“Isto é importante, pois ajuda a entender a concorrência, localizar clientes e adaptar o produto ou serviço e experimentar a dinâmica de negócios dos Estados Unidos antes de realizar os primeiros investimentos”, explica.
Ter uma experiência como empreendedor no Brasil, embora seja um bom início, não é suficiente para se firmar no mercado norte-americano.
“É preciso considerar que a competitividade é diferente em cada país, assim como a realidade de mercado e as percepções dos clientes”, diz ele.
O processo de internacionalização de uma empresa brasileira
Ao iniciar o processo de internacionalização de uma empresa, o empresário se deparará com diferentes decisões e as mais variadas opções de estrutura. Ariel esclarece que conhecer as opções existentes quanto ao planejamento tributário a ser colocado em prática; o tipo de entidade como a organização será enquadrada e a estrutura societária que pode ser adotada é essencial para uma escolha segura e eficiente.
“Cada opção terá diferentes implicações de ordem tributária, jurídica e sucessória. Assim, estar seguro de que a melhor decisão foi tomada em relação a estes quesitos pode ajudar a empresa a aumentar os lucros, diminuir a carga tributária e evitar problemas futuros”, diz.
Detalhes que não podem ser ignorados
É preciso estar bem atento a algumas particularidade do mercado norte-americano. Deve-se evitar, por exemplo, qualquer tipo de discriminação em seus processos seletivos e no ambiente de trabalho, sem qualquer distinção de gênero, raça, cultura, religião, origem e idade.
Esse tipo de comportamento, assim como assédio sexual e moral, são monitorados com frequência e ocasionam punições severas pela legislação americana.
Outro detalhe que deve ser olhado com muito cuidado é a agenda de pagamento de impostos. As agências estaduais e federais do país são extremamente rígidas quanto à apuração indevida de tributos.
“Não é necessário possuir qualquer tipo de visto ou mesmo ter o SSN [Social Security Number], que equivale ao CPF brasileiro, para ser sócio ou abrir uma empresa nos Estados Unidos. O sócio somente precisará de visto de trabalho se for atuar em território norte-americano. Além disso, não há um valor mínimo de investimento na empresa americana. Deve-se aportar o valor necessário para viabilidade, realização e ampliação do empreendimento em solo americano”, finaliza o especialista.