Como o Pix estimula a evolução do pagamento e modifica o débito
A evolução dos meios de pagamento é constante e ficar para trás não é uma opção
Não tem como negar que o Pix é o novo modelo de pagamento queridinho do Brasil. Um levantamento da Associação Brasileira de Bancos (Febraban) com base em números do Banco Central aponta que desde novembro de 2020, data em que o pagamento instantâneo foi lançado, até setembro de 2022 foram registradas 26 bilhões de transações e a movimentação chegou a R$ 12,9 trilhões.
Outro estudo, realizado pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL) e pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil), mostra o Pix como o mais utilizado no dia a dia da população, com 67% do total, o que representa um crescimento de 27 pontos percentuais comparado a 2021.
Mas como ficam os outros meios de pagamento nessa história? Nos bolsos dos brasileiros, talões de cheque e cédulas dão cada vez mais espaço para a tecnologia. Porém, os cartões ainda são expressivos nas operações por aqui.
Segundo uma pesquisa da Opinion Box, o cartão físico é o meio de pagamento favorito de 60% dos brasileiros. Por outro lado, o levantamento revela que o avanço da tecnologia fez 10% dos brasileiros deixarem a carteira em casa e adotarem o smartphone para realizar todos os seus pagamentos.
Os dados mostram que o telefone é o meio de pagamento preferido de 26% da população que possui esse tipo de aparelho. A pesquisa "Carat Insights – Tendências dos Meios de Pagamento para 2023", da Fiserv, mostra que, nos próximos dez anos, o Pix provavelmente continuará sendo o método de pagamento preferido entre os brasileiros, com 87% dos consumidores dizendo que planejam usá-lo.
Ele é seguido por carteiras digitais (80%) e pagamento por QR Code (78%). Dinheiro, transferência eletrônica (TED) e pagamentos no caixa, além do talão de cheques, devem ser menos comuns – o que evidencia a necessidade do mercado repensar os canais e os meios de pagamento para melhor acomodar as mudanças dos hábitos de consumo.
Uma competição que é boa para todos
Mas o fato é que a competição tem sido benéfica para todos os lados. A modalidade débito, por exemplo, já tem novidades que prometem aproximar o cartão do popular Pix.
Uma das inovações esperadas para 2024 envolve a transferência de recursos de forma instantânea, ou seja, varejistas poderão receber o dinheiro na mesma hora. Hoje, uma transação via cartão de débito demora pelo menos um dia para ser computada.
Outra tendência que gera expectativas é o “click to pay” para compras não presenciais. O mecanismo permite ao consumidor pagar com débito em compras na internet com um só clique, sem ter que entrar no aplicativo do banco.
Além disso, tem também o débito sem senha, voltado a serviços de streaming e aplicativos de transporte, por exemplo. Os movimentos do mercado financeiro não negam a tendência da digitalização.
Transações virtuais chegaram com vantagens que vão desde a redução de taxas, comodidade e desburocratização, até o aprimoramento da experiência do cliente. O movimento alcançou todas as instituições financeiras, levando a migração de conglomerados bancários, integralmente para ambientes digitais e estimulando a inclusão dos cidadãos nesse processo.
De acordo com as informações obtidas no estudo Global Digital Banking Index (2021), houve um aumento de 78% no número de brasileiros com conta digital entre 2018 e 2020. Nessa corrida, muitas tecnologias podem apoiar os mais diversos segmentos a acompanhar a com facilidade revolução pela qual passamos.
Agora, é necessário focar em aprimorar as modalidades de pagamento, pois, assim, a competitividade aumenta e todos se beneficiam dessas melhorias. A evolução dos meios de pagamento é constante e ficar para trás não é uma opção.
(*) Marilyn Hahn é CRO e cofundadora do Bankly, plataforma de Banking as a Service com sua própria licença bancária.