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Como promover processos seletivos mais diversos na sua empresa

Cammila Yochabell indica quais práticas minimizam condutas discriminatórias

27 jul 2023 - 06h25
(atualizado em 1/8/2023 às 10h04)
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Cammila Yochabell
Cammila Yochabell
Foto: Paulo Liebert / Divulgação

Os dados sobre a violência contra a comunidade LGBT reafirmam a urgência por mais medidas protetivas em defesa do público no ambiente corporativo. De acordo com o Dossiê do Observatório de Mortes e Violências contra LGBT, foram 273 mortes dessas pessoas de forma violenta no país, em 2022. Do total, 228 foram assassinatos, correspondendo a 83,52% dos casos.

Por outro lado, setores do mercado como consultoria, gestão e serviços, tecnologia e financeiro apresentam ambientes mais seguros para essas pessoas, como aponta o levantamento do Human Rights Campaign Foundation e Instituto Mais Diversidade. Para o estudo, 91 empresas participaram e 57 companhias estiveram como as melhores empresas para pessoas LGBT trabalharem em 2023.  

Mas como essas empresas conseguem alcançar a diversidade de fato e apresentam melhores resultados na comparação com outros segmentos? Uma das primeiras condutas parte do processo seletivo, como afirma Cammila Yochabell, CEO e fundadora da Jobecam. Ela explica 3 principais atitudes que contribuem para seleções menos preconceituosas e mais inclusivas:

1. Tenha uma política de Diversidade na sua empresa

"Um processo seletivo exige uma série de detalhes e as condutas internas da empresa chamam cada vez mais a atenção da pessoa candidata. Estabeleça uma política de preservação da diversidade, assim essa política conduzirá os processos seletivos, ampliando-os para que todos possam participar, independente de cor, gênero, condição social e econômica, idade, número de filhos, entre outras regras que são limitantes e atuam contra a diversidade no ambiente organizacional", explica Cammila.

"Informe ao talento essas práticas, é importante também que a comunicação da empresa também reflita essas práticas de diversidade, no site e nas redes sociais, por exemplo."

2. Cuidado ao descrever a vaga

O anúncio sobre a vaga vai muito além de frases chamativas, motivacionais e descrições de benefícios da empresa. Seja claro, direto e tenha um texto mais genérico, assim você evita sexismos e tantos outros comportamentos excludentes. Não restrinja a vaga por idade, sexo, estado civil e localização de moradia, pois pode limitar o alcance da proposta e fazer com que ela só chame a atenção de um público em específico. 

"Quem perde com isso é a empresa, que terá menos candidaturas, menos diversidade na empresa e ficará marcada por uma organização preconceituosa e/ou elitista, muitas vezes", diz a CEO.  

3. Aplique entrevistas anônimas  

Para minimizar os vieses inconscientes (percepções prévias e estereótipos em relação às pessoas candidatas por questões de raça, cor, etnia, orientação sexual etc.), opte por uma seleção anônima. Nela, seja na aplicação de ferramentas como currículos e entrevistas anônimas (ao vivo ou gravadas), você consegue distorcer a voz da pessoa candidata.

"O rosto pode ser substituído por fotos de avatares aleatórios, referenciando a diversidade como raça, gênero, estereótipos físicos marginalizados pela sociedade, etc, e o nome é trocado por cidades ou países famosos, assim a pessoa gestora não consegue identificar gênero, cor, raça e etnia. O processo por meio dessa metodologia evidencia e prioriza as competências e habilidades profissionais", finaliza Cammila.

(*) HOMEWORK inspira transformação no mundo do trabalho, nos negócios, na sociedade. É criação da Compasso, agência de conteúdo e conexão.

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