Confederação da indústria chama decisão do Copom de 'acertada' e defende cortes mais intensos
Segundo CNI, redução de 0,5 ponto 'não compromete o processo de combate à inflação e evita um desaquecimento maior da indústria e da economia'
BRASÍLIA - A Confederação Nacional da Indústria (CNI) afirmou nesta quarta-feira, 2, considerar "acertada" a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa de juros Selic em 0,5 ponto porcentual. Em nota, o presidente da entidade, Robson Braga de Andrade, defende que, mantido o cenário de controle da inflação nos próximos meses, "é necessário que os cortes na Selic sejam mais intensos".
A entidade ressalta que a Selic em alta tem comprometido "significativamente" a atividade econômica neste ano. Segundo os dados da CNI, na comparação de junho de 2023 com junho de 2022, a produção da indústria de transformação caiu 1,5%.
A CNI destaca ainda que os impactos da Selic são sentidos no mercado de crédito. No primeiro semestre de 2023, na comparação com o último semestre de 2022, as concessões de crédito às empresas caíram 5,2% (queda de 8,0%, em termos reais).
Para o setor industrial, a continuidade do ciclo de redução da Selic exige boa coordenação entre política monetária e fiscal. "A expectativa da CNI é que o Congresso aprove, em breve, um novo arcabouço fiscal que consiga estabilizar a dívida pública sem recorrer ao aumento da carga tributária, de modo a contribuir com o processo de cortes na taxa básica de juros."